Delação premiada do doleiro Youssef pode revelar detalhes da 'parceria' de R$ 12 milhões com Igeprev

Por Redação AF
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24/09/2014 12h13 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;">O doleiro Alberto Youssef decidiu fazer a dela&ccedil;&atilde;o premiada no &acirc;mbito da Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, da Pol&iacute;cia Federal. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; de Ant&ocirc;nio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado do doleiro no Superior Tribunal de Justi&ccedil;a. &quot;&Eacute; uma pena, temos uma tese jur&iacute;dica que era importante no STJ&quot;, disse o criminalista ao Jornal <a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1521277-youssef-decide-fazer-delacao-premiada-diz-advogado.shtml" target="_blank">Folha de S&atilde;o Paulo</a>.<br /> <br /> Ele dizsse ter sido avisado que o doleiro tomou a decis&atilde;o por press&atilde;o familiar e porque v&aacute;rios outros decidiram fazer a dela&ccedil;&atilde;o. O advogado deixar&aacute; o caso.<br /> <br /> &quot;A fam&iacute;lia convenceu o Youssef a fazer a dela&ccedil;&atilde;o. Por mais que eu tenha afirmado que nossa tese no STJ &eacute; forte&quot;, disse Kakay.<br /> <br /> O advogado acreditava na hip&oacute;tese de anular todo o processo da Lava Jato, mas, segundo ele, a fam&iacute;lia do doleiro &#39;&#39;cansou&#39;&#39;. &quot;Ele pediu para me avisar que n&atilde;o pode segurar a fam&iacute;lia, pediu desculpas e disse saber que eu ia sair, como combinado [se aceitasse fazer a dela&ccedil;&atilde;o]&quot;.<br /> <br /> Apontado pela PF como chefe do esquema bilion&aacute;rio investigado na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, Alberto Youssef seria respons&aacute;vel por lavar dinheiro e repassar os recursos desviados a pol&iacute;ticos.<br /> <br /> <u><strong>Parceria com o Igeprev</strong></u></span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Segundo den&uacute;ncias, o Instituto de Previd&ecirc;ncia do Tocantins (Igeprev) aplicou R$ 12 milh&otilde;es em fundos controlados pelo doleiro Youssef. Na semana passada, o</span><span style="font-size:14px;">&nbsp;juiz Gilberto Clovis Farias Matos, da 3&ordf; Vara Empresarial do Tribunal de Justi&ccedil;a do Rio de Janeiro, decretou a fal&ecirc;ncia do Grupo Marsans, operadora de turismo onde o Igeprev det&eacute;m 17,4% das cotas.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Outros seis fundos de previd&ecirc;ncia de funcion&aacute;rios p&uacute;blicos injetaram, junto com o Igeprev, R$ 23 milh&otilde;es nessa empresa falida. Ela &eacute; controlada, desde 2010, pelo doleiro Alberto Youssef, conhecido tamb&eacute;m como um dos piv&ocirc;s do esquema de lavagem de R$ 10 bilh&otilde;es, investigado pela Pol&iacute;cia Federal na opera&ccedil;&atilde;o Lava-Jato.<br /> <br /> Segundo Gustavo Licks, administrador judicial da companhia, os pr&oacute;ximos passos ser&atilde;o o bloqueio e a venda dos bens da Marsans para dar in&iacute;cio ao pagamento de credores. No entanto, ele alertou que o valor n&atilde;o ser&aacute; suficiente para saldar as d&iacute;vidas, estimadas em R$ 57 milh&otilde;es.&nbsp;</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Youssef &eacute; r&eacute;u em 12 processos e pode ser condenado a mais de cem anos de pris&atilde;o.<br /> <br /> <u><strong>Pena de pris&atilde;o</strong></u><br /> <br /> Mesmo com o acordo da dela&ccedil;&atilde;o premiada, &eacute; prov&aacute;vel que o doleiro tenha que, al&eacute;m de entregar todos os seus bens il&iacute;citos, cumprir quatro anos de pris&atilde;o em regime fechado e outros quatro em regime aberto.<br /> <br /> A exig&ecirc;ncia do cumprimento de uma pena m&iacute;nima &eacute; da for&ccedil;a-tarefa do Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal que atua na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato. Sem o acordo, Youssef, 46 anos, poderia ficar mais de 20 anos no regime fechado.<br /> <br /> O rigor adicional que os procuradores t&ecirc;m com Youssef deve-se ao fato do doleiro j&aacute; ter descumprido o acordo de dela&ccedil;&atilde;o que assinou em 2004, quando foi investigado por remessas ilegais que fez usando o Banestado, banco do governo do Paran&aacute;.<br /> <br /> Youssef se comprometeu a deixar o mercado paralelo de d&oacute;lares, mas, em vez disso, aumentou ainda mais o volume de seus neg&oacute;cios.<br /> <br /> Como desrespeitou a promessa, o processo do Banestado foi reaberto em maio deste ano pelo juiz federal Sergio Moro e Youssef foi condenado a quatro anos de pris&atilde;o. A a&ccedil;&atilde;o penal havia sido instaurada em 2003 e os crimes de Youssef, perdoados em 2004.</span>
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