<span style="font-size:14px;"><u>Da Redação</u><br /> <br /> A fragilidade da segurança pública do Tocantins foi tema de reportagem do jornal <em>Folha de São Paulo</em>, nesta segunda-feira (15), mostrando que presos em flagrante estão sendo liberados por falta de delegado no Estado.<br /> <br /> Entre os casos, há o de uma mulher que foi detida em flagrante com 30 kg de maconha, mas liberada, momentos depois, porque não havia um delegado para registrar a ocorrência. O mesmo aconteceu com dois homens presos por porte ilegal de arma.<br /> <br /> A reportagem destaca que com apenas 128 delegados, dos quais 23 cumprem funções administrativas, o Estado do Tocantins começou a liberar presos em flagrante. O número de profissionais é metade do que prevê uma lei estadual, de 2010, que fixou o mínimo de 244 delegados para todo o Estado.<br /> <br /> Para a Folha de São Paulo, a crise teve início no começo do ano, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Tocantins, após vários pedidos de aposentadoria dos profissionais e a não convocação de novos delegados aprovados em concurso.<br /> <br /> Em fevereiro, os delegados colocaram em prática a "Operação Pacto pela Legalidade". Insatisfeitos com o não cumprimento de lei estadual que alterou a tabela de subsídios pagos pelo governo e com a escassez de profissionais, eles passaram a cumprir apenas as horas semanais previstas em lei.<br /> <br /> Desde então, apenas três cidades do Tocantins possuem plantão policial aos fins de semana e feriados: Palmas, Araguaína e Gurupi.<br /> <br /> Nos outros 136 municípios, a delegacia fecha às 18h de sexta¬-feira e só reabre na segunda. Em outro caso em Guaraí, foi o Ministério Público Estadual quem solicitou a prisão preventiva de dois homens pegos com drogas, devido à ausência do delegado.<br /> <br /> "Nesse caso, a cidade só tinha uma viatura e precisaria deslocar por 200 km para fazer o boletim de ocorrência na cidade mais próxima. A cidade ficaria horas sem policiamento caso os presos fossem transportados. Por isso, pedi a prisão preventiva", explica o promotor Guilherme Goseling Araújo.<br /> <br /> A situação começou a ser investigada pelo Ministério Público Federal, que o repassou à Promotoria estadual.<br /> <br /> Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins diz que a situação se agravou em decorrência de diversas aposentadorias ocorridas desde 2009, último ano em que houve nomeações de delegados.<br /> <br /> A pasta afirma também que o governo pretende sanar o déficit "dando prosseguimento" ao concurso público em andamento, mas reconhece que não convocou os aprovados "por falta de previsão orçamentária".</span>