<span style="font-size:14px;">Um dia após assumir o governo do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB) nomeou um tio que teve contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas para a Controladoria-Geral, órgão que fiscaliza as ações do Estado. O assunto foi destaque na <em>Folha de São Paulo</em>, nesta sexta-feira (9).<br /> <br /> Agora, Luiz Antônio da Rocha, o novo controlador, corre para desfazer a decisão do TCE (Tribunal de Contas do Estado) na Justiça, para não incorrer na Lei da Ficha Limpa tocantinense, que pode impedi-lo de ocupar cargos no primeiro escalão até 2018.<br /> <br /> Rocha foi chefe de gabinete do peemedebista, que já havia sido governador entre 2003 e 2009, quando foi cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).<br /> <br /> Segundo a <em>Folha de São Paulo</em>, em 2010, o tio do governador teve as contas de 2005 reprovadas por "irregularidades suficientes para macular a gestão", segundo a decisão do órgão. Ele era considerado ordenador de despesas da administração.<br /> <br /> Ao finalizar o julgamento de Rocha, o TCE considerou que ele cometeu "graves infrações" às normas legais de contratação, dividiu despesas de forma ilegal para não abrir licitações e dispensou concorrência em situações que não estão previstas na lei.<br /> <br /> Ao assumir, o controlador foi à Justiça comum tentar suspender a decisão do TCE, alegando que há "vícios e erros" e que o texto diverge dos próprios pareceres técnicos feitos pelos órgãos da corte.<br /> <br /> O pedido de decisão liminar (provisória e urgente) foi negado pelo juiz plantonista e Rocha aguarda novo julgamento.<br /> <br /> Notificada a se manifestar sobre a situação de Rocha, a Procuradoria do Estado enviou ao juiz um parecer contrário ao pedido do controlador na terça (6). No outro dia, encaminhou novo texto, pedindo correção do anterior.<br /> <br /> Na retificação, dizia que Rocha estava apto a exercer o cargo. Por equívoco, diz a nota do governo, "constatou-se a existência de erro material quanto ao pedido final formulado", o que levou a elaborar nova petição.<br /> <br /> Segundo o novo parecer, ainda tramita no próprio TCE um recurso da decisão e, enquanto não houver julgamento, não há irregularidade na nomeação.<br /> <br /> Em nota, o próprio TCE dá uma versão diferente da Procuradoria e diz que o caso está transitado em julgado.<br /> <br /> O procurador-geral Sérgio do Vale disse que se baseou na defesa de Rocha para argumentar que o tio do governador havia recorrido.<br /> <br /> "Pelos argumentos dele e pela documentação, concluímos que ele havia colocado recursos", afirmou.<br /> <br /> Também disse que a posição da Procuradoria é apenas sobre a liminar, e não sobre o julgamento do mérito.<br /> <br /> "Quando vier o momento oportuno de se manifestar sobre o mérito, faremos".<br /> <br /> O governo de Tocantins disse, em nota, que a posição do governo é a mesma do segundo parecer e que Luiz Antônio da Rocha não concederá entrevista sobre o assunto.</span>