<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;">Ao surpreender indígenas da aldeia Santa Isabel do Morro (divisa do TO com MT) com uma visita nesse domingo que acabou se transformando em debate com a comunidade local - sobre a construção da travessia da Ilha do Bananal-, o Governador Siqueira Campos reforçou o compromisso com os moradores. Ele garantiu que a obra só sairá do papel se atender às necessidades dos indígenas e mantiver a preservação da Ilha. <em>“Estou aqui para ouvi-los e digo que só faremos essa obra se ela beneficiar vocês e a comunidade da região. Caso contrário, não irá acontecer”</em>, afirmou.<br /> <br /> Siqueira Campos manifestou apoio à proposta de repasse de parte da arrecadação do pedágio que vier a ser instalado aos indígenas. <em>“Só começaremos [a obra] se a renda vier para a comunidade indígena. Se não for eu não faço. Vocês não podem ficar na miséria”, declarou, durante a reunião. O Governador ressaltou ainda estar ao lado dos indígenas na defesa do seu território: “Essa obra não pode dar margem para ninguém invadir as terras da Ilha do Bananal, um patrimônio de vocês. Não vou aceitar isso!”</em>, pontuou.<br /> <br /> Outra proposta apresentada pelo Governador foi a elaboração de um projeto de aldeia que contemple os aspectos culturais das tribos e proporcione o aproveitamento do potencial turístico local. <em>“Se vocês quiserem, façam algo dentro do padrão da cultura indígena, um local com poder de atração turística. A nossa preocupação é proporcionar condições de renda da comunidade</em>”, disse, ao se comprometer de enviar equipe de engenheiros e arquitetos para o serviço.<br /> <br /> <u><strong>Satisfeitos</strong></u><br /> <br /> Durante a reunião, que contou com apresentação de um vídeo do projeto feito pelo engenheiro José Rubens Mazzaro, líderes indígenas se manifestaram satisfeitos e concordaram com as propostas do Estado. Segundo Kurihet Idjwala, um dos líderes, o próximo passo é levar ao conhecimento dos demais indígenas as medidas e aprofundar discussões sobre impactos sociais, econômicos e ambientais. Os indígenas enviarão, conforme orientou o Governador, requerimentos com relatos de suas necessidades, como moradia, por exemplo.<br /> <br /> <em>“Tinha preocupação com a integridade do meu povo, que sofre com alcoolismo, drogas e outros males. E pensávamos que a estrada poderia agravar esses problemas. Mas, diante dos compromissos firmados pelo Governador, creio que os benefícios serão maiores”,</em> disse. Entre eles, afirmou Idjwala, está a destinação de recursos do pedágio aos moradores locais. <em>“Com o pedágio, vamos beneficiar a comunidade com projetos e ações. E também achamos muito benéfica a ideia de criação de um modelo de nova aldeia estruturada para promover atividades culturais e turísticas”</em>, complementou.<br /> <br /> Presente na reunião, o prefeito de São Félix do Araguaia (MT), José Antônio de Almeida, mais conhecido como Baú, defendeu com entusiasmo a obra. <em>“Essa obra é um sonho. Somos favoráveis e não medimos esforços para colaborar com a iniciativa do Tocantins”</em>, afirmou.<br /> <br /> <strong><u>Obra</u></strong><br /> <br /> Com 90 km de extensão e valor estimado em R$ 1,053 bilhão, a travessia pela TO-500 fará a ligação da Ilha, no ponto do Rio Javaé, até a BR-242, em São Félix do Araguaia (MT). De acordo com o engenheiro Mazzaro, autor do projeto, a iniciativa de fazer a travessia surgiu em 2000, na gestão Siqueira Campos. A proposta é concretizar a obra via parceria público-privada (PPP). <em>"A travessia ligará Bahia ao Mato Grosso, passando pelo Tocantins. Encurtará em mais de 1000 km a ligação dos oceanos Atlântico e Pacífico, unindo o Brasil de leste a oeste, melhorando condições de transporte da produção para os portos de Salvador (BA) e também acesso ao calcário e a jazidas de fosfato",</em> considerou o Governador, autor também do projeto de criação do território do Araguaia.</span></div>