Insatisfeito com rumos do partido, Paulo Sidnei anuncia desfiliação do PPS e declara apoio a Miranda
Por Redação AF
03/07/2014 16h28 - Atualizado há 5 anos
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03/07/2014 16h28 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> Ex-prefeito de Araguaína, ex-deputado e ex-vice-governador do Tocantins. Paulo Sidnei Antunes recebeu em sua residência na manhã desta quinta-feira (03) o comunicador Arnaldo Filho onde anunciou, com exclusividade ao Portal AF Notícias, algumas decisões políticas.<br /> <br /> Com mais de 30 anos de vida pública, e mais de 10 anos como um dos principais membros do PPS (Partido Popular Socialista), Paulo Sidnei anunciou sua desfiliação em razão do posicionamento adotado pelo partido, que já declarou apoio à reeleição do siqueirista Sandoval Cardoso. <em>“A minha posição é clara, eu não alio com as forças que governam o Estado. Só tive dois partidos na minha vida, fui PMDB por 30 anos e deixei há 11 anos porque, naquela época, o partido fez um movimento de vinculação com o Palácio Araguaia. Eu saí e fui para o PPS. Agora estou saindo novamente pelo mesmo motivo”</em>, explicou.<br /> <br /> Para o ex-vice-governador, no Tocantins sempre houve partidos que pensam diferente do grupo que domina o Estado há muito tempo, só que nesses últimos quatro anos, os partidos que tradicionalmente foram oposição à antiga UT [União do Tocantins] desviaram o rumo.<br /> <br /> Paulo Sidnei também anunciou que “vai pedir voto e ajudar no que puder” o candidato Marcelo Miranda (PMDB). Já sobre os planos para o futuro na política, o ex-vice-governador relevou que está muito decepcionado com o andamento da vida pública brasileira, em especial do Tocantins. Afirmou ainda que o povo está cansado de promessas e criticou a política suja da compra de votos, fazendo ainda um alerta para que o eleitor faça sua escolha observando a “honestidade e competência” do candidato.<br /> <br /> <u><strong><span style="color:#0000cd;">Confira:</span></strong></u><br /> <br /> <strong>O senhor que já foi prefeito, deputado e vice-governador parece não ter participado ultimamente do debate político no Estado. O que tem acontecido?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>É a vida. A vida que me empurrou para o ostracismo político, mas participo como cidadão. Sou político nato, gosto e nunca neguei, mas está difícil fazer política no clima que a coisa andou no Brasil. A legislação eleitoral, no meu ponto de vista, está arcaica e é por isso que se permite todas essas mazelas na política, especialmente do Tocantins e por isso que estou afastado.</em><br /> <br /> <strong>Como o senhor avalia a política tocantinense, em especial o episódio da renúncia recente do governador e vice do Estado?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidne</u>i – <em>Faz tempo que esse processo está assim. Eu diria que a renúncia do governador e vice foi uma fase desse processo todo, que eu não sei se concluiu ainda ou não. É triste ver isso! É triste ver o destino dos partidos políticos no Tocantins. Qual é a identidade ideológica dos partidos? O que os partidos defendem? Quais são as causas? Os interesses da sociedade estão incluídos nessas causas? A grande pergunta é essa: A quem está servindo as decisões da imensa maioria dos partidos? Aqui sempre teve duas posições políticas no Tocantins. Há um tempo se fala em terceira via, mas ela ainda não vingou, no entanto, sempre houve partidos que pensam diferente do grupo que domina o Tocantins há muito tempo, só que agora, nesses últimos quatro anos, os partidos que tradicionalmente foram oposição à antiga UT [União do Tocantins] foram adquiridos, desviaram o rumo. Partidos que historicamente são oposição ao grupo de Siqueira, o que aconteceu com eles? A sociedade precisa ter uma radiografia mais clara disso, infelizmente não vejo isso colocado com todas as letras na imprensa. A troco de que eles foram para o lado do Governo? Felizmente nem todos foram, há pessoas que tem posições ideológicas, tem causas e tem uns que se vendem. Estamos numa crise ética. A mídia deve ter um compromisso com os fatos, vamos colocar o dedo na ferida.</em><br /> <br /> <strong>O partido o qual o senhor pertence também vinha trabalhando para lançar candidato próprio ao Governo, mas de última hora declarou apoio a Sandoval Cardoso...</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> - <em>Não foi de última hora! Já faz tempo. Só tive dois partidos na minha vida, fui PMDB por 30 anos e deixei há 11 anos porque, naquela época, o partido fez um movimento de vinculação com o Palácio Araguaia. Eu saí e fui para o PPS. Agora estou saindo novamente pelo mesmo motivo. Há um grupo que resiste a isso dentro do partido, mas infelizmente ficou minoritário. Para se ter ideia, a direção estadual dissolveu todos os diretórios municipais. Quando um partido transforma os diretórios em comissões provisórias, significa que você bota na sua mão todo o poder. Tentamos politicamente mostrar que o caminho não era esse. Historicamente não é esse, mas infelizmente não foi possível e ai inviabilizou muita gente, inclusive a mim. Eu não sou candidato de mim mesmo, não quero arrumar um bom emprego que é ser deputado, não é isso. Atrás disso tem uma causa, não é de qualquer jeito. Numa democracia é preciso ter governo e oposição. Alguém tem que acompanhar, fiscalizar e questionar. Não precisa brigar, xingar ou desrespeitar ninguém. Há pessoas que só se entendem dentro do Governo. Porque será? Será porque lá não faz frio? Porque lá não chove? Não, não é por isso. É por outras coisas...</em><br /> <br /> <strong>Então sua decisão de deixar o PPS é pela falta de posicionamento do partido na política estadual?</strong><br /> <br /> <u><img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/CAM00250.jpg" style="width: 300px; height: 246px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: left;" />Paulo Sidne</u>i – <em>Não! Não é pela falta de posicionamento, mas pelo posicionamento que tomou. Na reunião que discutimos isso, há uns 30 ou 40 dias, eu disse que queria uma definição ali. Eu disse: Respeito a posição de vocês, mas joga limpo. A minha posição é clara, eu não alio com as forças que governam Estado. Não são inimigos pessoais, tenho respeito por eles, mas temos posições ideológicas contrárias. Se vão ficar com o governo digam, sejam sinceros, não deixem para o dia da convenção. Joguem um jogo aberto, só quero isso por que eu também tenho envolvimento na coisa, eu também quero ser candidato.</em><br /> <br /> <strong>Então isso fez o senhor desistir de uma candidatura para deputado estadual?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>Mas como vou ser candidato? Vou ser candidato no partido que está coligado com meu adversário? Vou subir no palanque dele ou vou mentir pra quem: pra ele ou para o povo? Eu não sei fazer isso. Por isso estou pedindo minha desfiliação do PPS, partido que respeito, onde tenho grandes amigos no plano nacional e estadual. Só houve uma discrepância de rumo.</em><br /> <br /> <strong>Já tem outro partido em vista?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>Não, não, não... Nem quero pensar nisso agora. Estou desfilando, agradecendo a todos os companheiros do PPS, sem exceção. Quero agradecer por 11 anos de convivência. Eu lavarei uma lembrança muito boa e respeito muito grande pelo partido.</em><br /> <br /> <strong>Quem o senhor apoia para governador do Tocantins?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>Eu apoio a candidatura de Marcelo Miranda. De que jeito não sei ainda. Vou ajudar no que eu puder. A gente é pequeno, nem candidato eu sou, mas aqueles amigos que conheço vou pedir voto para Marcelo Miranda. Por questão pessoal e amizade, eu apoio Beto Lima para deputado federal.</em><br /> <br /> <strong>O senhor tem pretensões políticas para o futuro?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>Eu gosto de política, mas estou decepcionado com o andamento da vida pública brasileira. Eu não vou fazer compromisso porque depois se tiver que mudar eu mudo. Vou dar tempo ao tempo. Estou muito jovem ainda. Hoje estou meio desencantado de política pelo que estou vendo no Brasil, em especial no Tocantins.</em><br /> <br /> <strong>O povo tocantinense está tendo o respaldo necessário do Governo do Estado em obras e serviços?</strong><br /> <br /> <u><img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/Paulo.jpg" style="width: 300px; height: 252px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: right;" />Paulo Sidnei</u> – <em>Como está a saúde pública? A escola pública? A Segurança Pública? Como estão as ações de governo e as obras? Tem muitas obras ai espalhadas pelo Tocantins? Não! Essa é a concepção que as pessoas têm. O povo não é bobo, é sábio. As vezes a pessoa não tem diploma de doutor, mas sabedoria todo mundo tem. Na época da campanha é muita festa, vai até em casa levar uma cesta básica, mas o povo está cansado disso, de promessas. Hoje eu não concordo com quase tudo que vejo na vida pública. Tem erros de origem. Hoje se a pessoa tiver dinheiro é meio caminho andado para ser eleito. E os que não podem gastar, como faz, eles não podem representar nosso povo? E os que estão no partido onde a cúpula ajeitou, conchavou com esse ou com aquele governo? É bom que as pessoas pensem também, não é dar a resposta pronta.</em><br /> <br /> <strong>Ações e obras do Governo em Araguaína...</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> - <em>Estou vendo agora esses meses, não sei se é coincidência da data pré-eleitoral, chegando umas obras que estou satisfeito. Chegou tarde, deveria ter sido o ano passado. Araguaína já foi o maior colégio eleitoral do Estado e teve a maior arrecadação de ICMS, hoje é a segunda. Eu sempre defendi Araguaína quando fui deputado e vice-governador. Precisamos mais do que comumente estamos tendo e hoje parece que temos muito menos. Araguaína contribui muito mais e recebe muito menos. </em><br /> <br /> <strong>Qual sua avalia da gestão do prefeito Ronaldo Dimas?</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>Eu votei no Ronaldo. Nós temos posições políticas divergentes. Eu disse que votaria nele porque achava ele mais preparado para governar do que a outra candidata. E disse a ele que esperava uma boa gestão, mas acho que ainda está faltando muita coisa. Não gostei da questão do IPTU, faltou sensibilidade e está faltando atenção nas questões sociais. Estou ouvindo ele falar que vai fazer as grandes obras, mas não são somente elas, tem a saúde, educação, tem que cuidar do IMPAR (Instituto Municipal de Previdência) que é um patrimônio dos funcionários público que nós criamos. Eu torço para que dê certo. Eu votei no Ronaldo por ser araguainense, por amar essa terra e acreditar que ele era mais capaz de fazer. Espero que ele honre o que falou.</em><br /> <br /> <strong>Considerações finais</strong><br /> <br /> <u>Paulo Sidnei</u> – <em>Aconselho o povo a abrir os olhos e os ouvidos. Agora é a hora do povo participar do processo decisivamente. Agora é a hora de colocar o dedo para mudar ou continuar do jeito que estar. Eu vivi 30 anos na vida pública e vi muitas coisas, mas eu nunca vi um político daqueles que compra votos vender o seu patrimônio, eu não sei de onde aparece esse dinheiro. Que o povo fique alerta, sobretudo o mais simples que as vezes se ilude. E são justamente os mais humildes que sofrem com a ausência de governo. Duas coisas são fundamentais para quem vai administrar o que é público e representar o povo: honestidade e competência. Se preocupe com isso eleitor, esqueça questão partidária, até porque partido acabou. Abra os olhos e ouvidos e veja quem tem competência para o cargo que está se candidatando. Veja quem tem história e o resto entrega na mão de Deus.</em></span><br />
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