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Jovens nem-nem ainda são mais de 80 mil no Tocantins, que não estudam e nem trabalham

Em 2021, cerca de 102 mil jovens estavam nesta condição, redução foi de 20,5%.

Por Wendy Almeida
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08/12/2023 09h05 - Atualizado há 4 meses
Em 2022, 53,3% dos trabalhadores do Tocantins estavam em ocupações informais.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 81 mil jovens tocantinenses entre 15 e 29 anos de idade não estavam estudando nem inseridos no mercado de trabalho em 2022, o que equivale a 19,5% das pessoas deste grupo etário. Na comparação com 2021, no qual 102 mil jovens (26,6%) estavam nesta condição, a redução foi de 20,5%. Essas informações fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada nesta quarta-feira (6), pelo IBGE.

O estudo, que tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022, também detalha o percentual de jovens que só estavam ocupados, só estudavam ou estudavam e estavam ocupados no período de referência. No Tocantins, os percentuais ficaram em 40,8%, 27,2% e 12,6%, respectivamente.

De acordo com a pesquisa, em 2022, a taxa de desocupação da população tocantinense com 14 anos ou mais de idade era de 7,6%. Analisando a série histórica, esse é o terceiro menor percentual dos últimos 10 anos, 2014 (6,6%) e 2013 (7,1%) registraram as menores taxas. O ano de 2021 apresentou o maior índice (14,2%).

Seguindo a tendência nacional, de 2021 para 2022, o percentual de tocantinenses ocupados com vínculo empregatício recuou de 39,7% para 38,3%. Por outro lado, no período, a participação dos trabalhadores sem carteira de trabalho assinada e de trabalhadores por conta própria subiu de 52,9% para 56,6%. Dessa forma, a diferença na participação entre essas duas categorias de ocupação chegou a 18,3 pontos percentuais (p.p.).

Em 2022, 53,3% dos trabalhadores do Tocantins estavam em ocupações informais. Para as pessoas pretas ou pardas (55,6%) essa proporção estava acima da média. Na comparação com o ano de 2021 (52,5%), a taxa de informalidade do estado aumentou.

Rendimento

Em 2022, a população ocupada de cor ou raça branca (R$3.579) ganhava, em média, 75% mais do que as de cor ou raça preta ou parda (R$ 2.040). Já os homens (R$ 2.581) recebiam 27% mais que as mulheres (R$ 2.031). Porém, o rendimento médio das mulheres brancas (R$2.735) superava o dos homens pretos ou pardos (R$2.164).

“Esses resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, dado que esses diferenciais, salvo pequenas oscilações, foram encontrados em todos os anos de 2012 a 2022”, explicou o gerente da pesquisa, João Hallak.

Educação

Em relação à Educação, a Síntese de Indicadores Sociais mostra que o percentual de pessoas de 25 anos ou mais sem instrução no Tocantins (9,1%) diminuiu desde 2016. No entanto, em 2022, continuou sendo o segundo maior entre os estados da região Norte, o 10º no ranking nacional e está acima da média Brasil (6,0 %).

Na outra ponta, o percentual da população nessa faixa etária com nível superior completo também aumentou nos últimos anos; passando de 12,2% em 2016, para 15% em 2018 e chegando a 19,5% em 2022. Este é o terceiro melhor resultado da região Norte e o 10º do Brasil, sendo que a média nacional registrou percentual de 19,2%.

Tocantins também apresentou resultado positivo na taxa de frequência escolar de estudantes de 15 a 17 anos de idade. Com percentual de 95%, o estado registrou a maior taxa. Esse é um indicador que também vem melhorando ao longo dos anos, pois foi de 84,2% em 2016 e 90,5% em 2019.

Sobre a pesquisa

A Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2023 tem como objetivo sistematizar e apresentar um conjunto de informações relacionadas à realidade social do país, a partir de temas estruturais de grande relevância para a construção de um quadro abrangente sobre as condições de vida da população brasileira.

Nesta edição, traz indicadores sobre estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos; condições de moradia e educação. Os recortes por grupos populacionais destacam desigualdades de rendimentos, gênero, cor ou raça, grupos de idade, situação de domicílio e arranjo domiciliar, mostrando a evolução dos indicadores em séries históricas. Há detalhamentos por grandes regiões, unidades da federação e, em alguns indicadores, municípios das capitais.

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