Em 180 dias

Justiça obriga Naturatins a rever licenças de captação de água em rio praticamente seco

Compromisso foi homologado na Justiça, mas não cumprido até agora.

Por Redação
Comentários (0)

09/11/2021 14h13 - Atualizado há 2 anos
Rio Javaés

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) obteve na Justiça uma sentença, expedida nesta segunda-feira (08), que obriga o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) a promover a revisão, no prazo de 180 dias, das licenças para captação de água de todos os empreendimentos agrícolas de grande porte localizados na região da bacia do rio Formoso.

A revisão das licenças é condição para o uso sustentável dos recursos hídricos, sendo voltada a adequar a demanda dos empreendimentos agrícolas à disponibilidade de água dos rios que compõem a bacia.

VEJA MAIS 

Ao requerer a providência, o Ministério Público relatou que o Naturatins se comprometeu anteriormente, durante audiência pública realizada em julho de 2021, a promover a revisão das licenças, porém não cumpriu o compromisso, apesar de ele ter sido homologado na Justiça.

A sentença especifica que, ao revisar as licenças para captação de água, o Naturatins deverá também verificar a regularidade do Cadastro Ambiental Rural (CAR) dos empreendimentos agrícolas, observando, entre outros aspectos, a manutenção das áreas protegidas.

Em caso de descumprimento da sentença, entre outras penalidades, o Naturatins ficará sujeito à pena de multa e seus dirigentes responsáveis pela omissão poderão responder criminalmente e também na esfera cível pela prática de improbidade administrativa.

A revisão das licenças foi solicitada em ação proposta pela Promotoria de Justiça Regional do Alto e Médio Araguaia, que tem atuado para a preservação dos rios da bacia do rio Formoso.

O promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior relata que a captação de recursos hídricos para fins de irrigação de grandes áreas plantadas nos períodos de estiagem (entre abril e setembro) é causa de sucessivos danos ambientais e tem comprometido o nível dos rios.

O Centro de Apoio Operacional de Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente (Caoma) tem subsidiado tecnicamente inúmeras das ações propostas pela Promotoria Regional Ambiental na tutela da Bacia Hidrográfica dos rios Formoso e Araguaia.

Em relação a esta iniciativa, o coordenador do Caoma, José Maria da Silva Júnior, avalia que, sem a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades, é praticamente impossível que o órgão ambiental faça a gestão do uso dos recursos naturais com a eficiência e a prevenção que a legislação ambiental exige, situação que coloca em risco o meio ambiente e a sustentabilidade da região, sem também assegurar o desenvolvimento econômico no futuro próximo.

As informações são do MPTO.

Bomba de captação de água em empreendimento rural

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.