<span style="font-size:14px;">Aproximadamente 530 mulheres tocantinenses de diversas instituições participarAM da 5ª Marcha das Margaridas, que aconteceu entre terça (11) e quarta-feira (12), em Brasília. O evento que teve como tema “Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”, reuniu este ano cerca de 100 mil mulheres de todo o Brasil e da América Latina.<br /> <br /> A abertura do ato foi dia 11, às 18h30 no Estádio Nacional Mané Garrincha, na capital federal e contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quarta, dia 12, a presidenta Dilma Rousseff participou do encerramento da Marcha, onde apresentou o compromisso do governo federal com as reivindicações listadas na pauta do movimento.<br /> <br /> Uma das importantes conquistas fruto da Marcha das Margaridas é lembrada por Maria Senhora, do <em>Sindicato Regional das Trabalhadoras Rurais de São Sebastião, Buriti e Esperantina</em>. <em>“Conquistamos a criação de uma linha de crédito específica para nós mulheres. É o Pronaf Mulher. Com esse crédito, pudemos ampliar a participação das mulheres nessa importante política de crédito da agricultura familiar”</em>, afirma.<br /> <br /> Ainda de acordo com Maria Senhora, a Marcha é positiva e legítima. E sai em defesa da presidenta Dilma: <em>“Outra bandeira nossa é o combate a violência contra a mulher, ainda muito frequente. Esse é um bom momento para marcharmos, pois o que está passando a presidenta Dilma, não pode continuar. Nós mulheres, precisamos defendê-la”</em>, enfatiza.<br /> <br /> Considerada a maior manifestação pelos direitos das mulheres no mundo, a Marcha é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) em parceria com outras 11 instituições.<br /> <br /> Entre os pontos principais da pauta, está o fim da violência contra a mulher, o desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade.<br /> <br /> De acordo com a <em>assessora da FETAET - Federação Agricultura do Estado do Tocantins, </em>Ruth Caetano Cardoso, a 5ª Marcha das Margaridas foi um momento único para as mulheres do campo de todo em Brasil, na luta por políticas públicas e em apoio a presidenta Dilma enquanto mulher. “A resposta que nos foi dada pelo Governo é extremamente positiva. Traz para a agenda nacional, a força da mulher, que sabe o que quer e onde quer chegar. Com a 5ª Marcha das Margaridas, queremos chegar ao índice zero de violência contra a mulher e combater a invisibilidade da mulher no cenário político, econômico e produtivo. Além, de apoiar a Dilma”. Afirma Ruth.<br /> <img alt="" src="http://www.afnoticias.com.br/administracao/files/images/margaridas.jpg" style="width: 600px; height: 360px; border-width: 0px; border-style: solid; margin-left: 5px; margin-right: 5px;" /><br /> <br /> <u><strong>Lutas e Conquistas</strong></u><br /> <br /> Antônia Régia Faustino, <em>Secretária de Mulheres Trabalhadoras da CUT-TO</em>, ressalta algumas das razões para milhares de mulheres marcharem. “Estamos marchando pelo fim da violência contra a mulher, a favor dos direitos como creche e, por melhores condições para as mulheres do campo e urbanas”. Em relação ao empoderamento das mulheres, Antônia Régia afirma que esta é uma forma de os preconceituosos entenderem que as mulheres são capazes. “Nós mulheres, temos que ocupar os espaços de poder, para que a sociedade comece a compreender nossa participação e passe a nos respeitar e deixar de multiplicar as agressões e esse tipo de ofensas, como as que nossa presidenta Dilma tem enfrentado", finaliza.<br /> <br /> Quem também embarcou para Brasília foi Mariane Teixeira, do <em>Núcleo Olga Benário de Araguaína, da Marcha Mundial das Mulheres</em>. Ela lembra que há algum tempo, muitas mulheres não conheciam seus direitos, por isso não lutavam para ocupar os espaços de decisão na agricultura, no campo e nos movimentos em que participavam. “Através dessas reivindicações e dessa união que existe nacionalmente é que nós vamos tendo conhecimento do que necessita ser mudado, de que temos voz e voto dentro dos sindicatos e dos espaços que ocupamos”, ressalta.<br /> <br /> Sobre aos ataques e ofensas sofridos pela presidenta Dilma, como no episódio do adesivo, Mariane lembra que é por uma questão de gênero. <em>“Tem a ver com o machismo enraizado de que as mulheres não podem estar nos espaços de poder e não sabem tomar decisões. No entanto, nossa presidenta tem mostrado que tem muita força, está pondo a cara na mídia pra dizer que ela vai permanecer ocupando o cargo que foi legitimado pelo voto. Essa força, quebra um pouco o mito e o preconceito de que a mulher não sabe administrar”</em>, finaliza Mariane.<br /> <br /> Eunice Coração Rodrigues, da <em>Associação Comunitária dos Quilombolas Barra de Aroeira no município de Santa Tereza do Tocantins</em>, relembra as conquistas. “Até pouco tempo, as mulheres não tinham direito a nada. Hoje nós temos. Tanto, que hoje tem mulher sendo presidenta, motorista, prefeita, vereadora. Esses direitos foram conquistados porque nós mulheres lutamos. E não vamos parar. Vamos continuar lutando. E futuramente teremos ainda mais espaços e oportunidades. Vamos avançar cada vez mais!”, ressalta.<br /> <br /> <u><strong>Entenda</strong></u><br /> <br /> A Marcha das Margaridas homenageia a trabalhadora rural paraibana, Margarida Maria Alves (1943-1983), que durante 12 anos, presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida incentivava as trabalhadoras e os trabalhadores rurais a buscarem na justiça a garantia de seus direitos. Dos frutos do seu trabalho está a fundação do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural.<br /> <br /> A mobilização nacional, realizada desde o ano 2000, é voltada para todas as mulheres: do campo, como as agricultoras familiares e assentadas da reforma agrária; das águas, como as pescadoras artesanais, marisqueiras, ribeirinhas; das florestas, entre elas as extrativistas e as silvicultoras; e das cidades, aquelas que moram nas áreas urbanas em todo o país.</span>