Araguaína

Mais de 90 casais dizem 'sim' em casamento comunitário; 'aguardava há quase meio século'

Evento foi realizado no Fórum da Comarca de Araguaína.

Por Redação
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17/09/2024 08h50 - Atualizado há 1 mês
Muitas histórias emocionantes marcaram a quarta edição do casamento comunitário

Notícias do Tocantins - "Eu aguardava por este momento há quase meio século", disse emocionada dona Maria do Socorro do Espírito Santo ao oficializar o casamento com seu Benegide Ribeiro de Jesus, no último sábado (14/09), durante o casamento comunitário promovido pelo Poder Judiciário em Araguaína. O casal está junto desde 1975 e têm seis filhos, além de netos e bisnetos.

O evento foi realizado no Fórum da Comarca de Araguaína e é uma realização do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc), em parceria com a diretoria do Fórum e o cartório de registro civil da cidade. Em duas cerimônias, os casamentos foram oficializados pela juíza de paz Evelym Morgana Araújo Machado Pereira e pelo titular do Cartório de Registro Civil de Araguaina, Rodrigo Sinhori Grigolin. 

Durante a cerimônia civil, 92 casais disseram o tão aguardado "sim" e receberam as bênçãos do padre Edino Lopes e do pastor Euzimar Nunes de Sousa. Entre os casais estavam Leila Silva Lima e Eurando Coelho Cardoso, que realizaram o sonho do casamento após nove anos juntos.

"A gente sempre quis casar, mas tá muito caro e não dava certo. Aí apareceu essa oportunidade durante o Registro Itinerante, que aconteceu aqui em Araguaína, fizemos o nosso cadastro e foi perfeito. Estar aqui hoje, realizando nosso sonho, é uma bênção", disse Leila com um sorriso no rosto.

O projeto Registro Itinerante é uma ação da Corregedoria Geral da Justiça, que leva serviços gratuitos relacionados ao registro civil para diversas regiões do estado, com emissão e retificação de certidões de nascimento e casamento, inserção da paternidade no documento, inclusão do nome social e agendamento de casamentos comunitários.

Para Marcelo dos Santos Sousa e Aline Gomes de Carvalho, o Registro Itinerante também foi importante para chegarem ao altar. "A gente tinha muita vontade de casar, mas devido outras prioridades nunca dava e graças ao Registro Itinerante estamos aqui oficializando nossa união. Aline foi meu amor à primeira vista, estudamos juntos o primeiro ano do ensino médio, em 2013, e desde então estamos juntos e temos três lindos filhos, eu a amo demais.  Hoje é um dia muito especial pra nós”, disse Marcelo.

Muitas histórias emocionantes marcaram a quarta edição do casamento comunitário em Araguaína. Relatos de superação e amor que reforçam a importância da ação do Judiciário na vida destas famílias. 

Grávida de oito meses, a noiva Joyce Araújo Alves precisou de atenção redobrada por conta da pressão alta e só pôde ir ao próprio casamento após liberação médica. A cadeirante Maria de Lourdes de Sousa Santos está se recuperando de dois AVCs, recebeu cuidados especiais durante a cerimônia, mas não deixou de participar do grande evento da sua vida. Já Silas Chaves Oliveira e Raiane Sousa de Oliveira estão à espera do primeiro filho, Noah. Aos quatro meses de gestação, o casal era só felicidade por oficializar a união antes da chegada do bebê.

“Esse momento é muito especial, está sendo uma oportunidade única para mim e para meu amor. Vivemos um amor verdadeiro e está sendo muito maravilhoso estar aqui hoje realizando esse sonho da gente se casar", disse a noiva. 

Casamento comunitário

O casamento comunitário faz parte do projeto Cejusc para todos e visa promover o casamento civil, de forma gratuita, a pessoas carentes, que vivem em estado de vulnerabilidade econômica. Uma ação que vem sendo realizada em Araguaína desde 2023.

"Esse projeto foi pensado justamente para atender aquelas pessoas que, por falta de condições, não conseguem oficializar sua união. Para nós, é extremamente gratificante contribuir para a realização desse sonho, pois é uma ação que muda a vida de muitos, trazendo segurança jurídica e fortalecendo os laços familiares", disse o juiz coordenador do Cejusc, Deusamar Alves Bezerra.

"O casamento comunitário é uma oportunidade única de regularizar a situação civil de muitos casais que, por diversas razões, ainda não haviam oficializado sua união. É uma ação que vai além da formalização jurídica, pois fortalece os laços familiares e traz segurança jurídica para os envolvidos. Estamos felizes em contribuir para a concretização deste sonho na vida dessas famílias", complementou o juiz diretor do Fórum, Fabiano Ribeiro.

A oficialização da união pelo casamento comunitário é realizada tanto para jovens casais quanto para aqueles que já têm família constituída por meio de união estável. Para participar, basta conferir a agenda de casamentos comunitários no Fórum de cada cidade e apresentar os documentos pessoais e comprovante de endereço. O cadastro também pode ser feito nas ações itinerantes do Poder Judiciário, como o projeto Registro Itinerante. 

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