Amor e solidariedade

Família doa órgãos de mulher que teve morte cerebral, a primeira captação múltipla de Araguaína

Esta foi a primeira captação múltipla de órgãos de Araguaína. Procedimento ocorreu neste domingo, 24.

Por Redação 2.703
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25/11/2019 11h18 - Atualizado há 4 anos
Helicóptero da SSP auxiliou no transporte

A primeira captação múltipla de órgãos de Araguaína foi realizada neste domingo (24) por uma equipe da Central Nacional de Transplantes que chegou até a cidade em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). O procedimento durou cerca de três horas e resultou na captação dos rins e fígado.

A doadora é uma mulher, de 44 anos, que sofreu morte encefálica. Após o diagnóstico, a família, que preferiu não ser identificada, manifestou ao Hospital Dom Orione o desejo da doação.

Logo após o procedimento, os órgãos foram encaminhados para a Central Nacional de Transplantes, responsável pelo direcionamento aos pacientes que estão na fila, e vão beneficiar três receptores: um rim foi remetido a Porto Alegre, outro rim ao Maranhão e o fígado foi enviado a São Paulo. 

O coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Dom Orione, Dr. Jorge Patrick Oliveira Feliciano, explica que o procedimento é complexo e envolve múltiplas equipes. “A partir do diagnóstico da morte encefálica e que a família se disponibiliza a fazer a doação de órgãos, são realizados os exames de compatibilidade, feitos em Brasília. Depois vem uma equipe capacitada, geralmente de Brasília ou São Paulo, para fazer a captação dos órgãos que são distribuídos conforme a necessidade e a compatibilidade dos doentes”, explicou. 

Dr. Patrick ressalta a importância desse procedimento para ajudar a salvar a vida de pessoas que estão na fila de espera para um transplante. “Queria agradecer o gesto nobre da família, que mesmo com o sofrimento da perda de um ente querido se sensibilizou a fazer essa doação de órgãos”, disse. O coordenador também agradeceu toda a equipe multiprofissional envolvida para a realização da captação. 

Um dos membros da equipe que veio de São Paulo, Dr. Felipe Borges, cirurgião do aparelho digestivo e transplante hepático, comemorou o sucesso do procedimento. Ele ressalta que apesar de existirem muito potenciais doadores no Brasil, ainda faltam unidades com capacidade técnica para realizar o procedimento. “É muito importante conseguir fazer isso num padrão muito bom como o que o Hospital Dom Orione nos ofereceu”, destacou.

Todo procedimento foi realizado em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). Também participaram da logística o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) da Secretaria da Segurança Pública e a equipe da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A captação ocorreu apenas três dias após a última realizada no Hospital Geral de Palmas, na última sexta-feira, 22. A família de um jovem de 23 anos, vítima de acidente de trânsito, permitiu que cinco pacientes fossem beneficiados com córneas, fígado e rins, destinados à pacientes de Brasília, Goiânia, Curitiba e dois tocantinenses.

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Captação sendo realizada
Equipe médica que fez a captação

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