<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u>Arnaldo Filho</u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> Escutas telefônicas feitas com autorização judicial pela Polícia Federal descobriram que a quadrilha que fraudava fundos de previdência de municípios tentou cooptar prefeitos até mesmo antes de eles assumirem o cargo.<br /> <br /> Relatório da Polícia Federal mostra que integrantes do grupo comandando pelo doleiro Fayed Antoine Traboulsi, preso na última quinta-feira (23) manteve contatos com prefeitos de grandes cidades para angariar recursos dos Institutos Municipais de Previdência para fundos controlados pela quadrilha.<br /> <br /> Com recursos desviados, atos de corrupção e lavagem de dinheiro, os suspeitos de integrar a quadrilha levavam uma vida luxuosa.<br /> <br /> A lista de crimes praticados é tão grande quanto rentável: R$ 300 milhões teriam sido movimentados apenas nos últimos 18 meses, quando a PF afunilou as investigações. Na última quinta-feira (26 de setembro), 20 integrantes do grupo foram presos.<br /> <br /> <u><strong>Prefeito de Araguaína</strong></u><br /> <br /> O megaesquema reuniu pessoas influentes de esferas administrativas. Segundo conversa gravada com autorização judicial é de 21 de novembro de 2012, a quadrilha que fraudou mais de 300 milhões de reais desde 2009, citou nomes dos prefeitos de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR), e de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.<br /> <br /> O relatório da Polícia Federal que embasou a decretação da prisão temporária de 20 integrantes da quadrilha de Fayed não traz outras referências, nem apresenta provas se o encontro de fato ocorreu, mas o documento assinala a tentativa de cooptação do grupo ao político que cita ainda outro recém-eleito.<br /> <br /> Segundo o documento da Polícia Federal, <em>“chama a atenção em alguns áudios a menção ao nome de prefeitos que haviam acabado de ser eleitos em outubro do ano passado, e sequer haviam tomado posse em seus respectivos cargos, como é o caso de Ronaldo Dimas, prefeito de Araguaína (TO) e Alcides Bernal, Campo Grande (MS)”.</em><br /> <br /> Ainda segundo a investigação, os dois prefeitos teriam visitado a empresa Invista, controlada pelo doleiro Fayed. A sede é uma casa num bairro nobre da capital federal, Brasília.<br /> <br /> Para a PF, a quadrilha de Fayed tinha apenas um objetivo: corromper políticos para repassar dinheiro dos fundos de previdência municipal para aplicações financeiras indicadas pelo grupo.<br /> <br /> Segundo relatório do Ministério da Previdência, a Invista, empresa que Ronaldo Dimas visitou, sugeriu aplicações em fundos que acabavam dando prejuízo ao município. <em>“A Invista aparenta ser uma empresa legal no mercado, quando, na verdade, não possui existência formal, não tem CNPJ, nem registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários)</em>. <em>A investigação demonstrou ser verdadeira a suspeita do Ministério da Previdência no sentido de que a Invista, a pretexto de promover palestras no local, estaria em verdade aliciando prefeitos e gestores dos Regimes Próprios municipais para o esquema criminoso”</em>, diz o documento que deflagrou a operação Miqueias da Polícia Federal na última quinta-feira.</span><br /> <br /> </div>