Senador Ataídes Oliveira denuncia 'caixa preta' do Sistema S

Por Redação AF
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11/03/2013 23h51 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size: 14px;">O senador Ata&iacute;des de Oliveira (PSDB-TO) criticou em Plen&aacute;rio, nesta segunda-feira (11), a falta de transpar&ecirc;ncia das entidades do Sistema S, composto pelas entidades Sesc, Senac, Senai, Sesi, Senar, Sebrae, entre outras. O senador informou ter publicado um livro, &ldquo;A caixa preta do Sistema S&rdquo;, em que divulga os resultados de auditoria realizada a seu pedido pelos &oacute;rg&atilde;os de fiscaliza&ccedil;&atilde;o &ndash; Tribunal de Contas da Uni&atilde;o (TCU), Controladoria Geral da Uni&atilde;o (CGU) e Receita Federal.</span><br /> <br /> <span style="font-size:14px;">Segundo ele, a auditoria identificou que no sistema s&atilde;o cometidos &quot;pelo menos dois crimes&quot;: falta da publicidade em seus atos, conforme exige a lei, e arrecada&ccedil;&atilde;o direta de empres&aacute;rios, sem passar pela Receita Federal. A transpar&ecirc;ncia nas contas do sistema, sublinhou, &eacute; exigida n&atilde;o apenas pela Constitui&ccedil;&atilde;o federal, mas tamb&eacute;m pelas Leis da Transpar&ecirc;ncia (Lei Complementar 131/2009) e de Acesso &agrave; Informa&ccedil;&atilde;o (Lei 12.527/2011).<br /> <br /> <u><strong>Sesi e Senai</strong></u><br /> <br /> J&aacute; quanto &agrave; arrecada&ccedil;&atilde;o direta, somente o Sesi e o Senai arrecadaram diretamente das empresas, por meio de boleto banc&aacute;rio, em 2011,&nbsp; R$ 1,3 bilh&atilde;o e R$ 1,7 bilh&atilde;o, respectivamente, informou o parlamentar. O problema &eacute; que esse repasse de recurso precisa ser notificado &agrave; Receita Federal, o que segundo ele n&atilde;o vem ocorrendo.<br /> <br /> <em>- N&atilde;o restou d&uacute;vida de que o chamado Sistema S &eacute; uma verdadeira caixa preta, que n&atilde;o respeita em nada o artigo 37 da Constitui&ccedil;&atilde;o Federal, que trata dos princ&iacute;pios b&aacute;sicos da coisa p&uacute;blica: impessoalidade, moralidade, efici&ecirc;ncia, publicidade e legalidade. Nada disso vem sendo cumprido pelos entes ligados ao sistema S</em> &ndash; acusou o senador.<br /> <br /> <u><strong>Arrecada&ccedil;&atilde;o de R$ 15 bilh&otilde;es</strong></u><br /> <br /> Ata&iacute;des de Oliveira lembrou que o sistema foi criado em 1942 com finalidade de qualificar a m&atilde;o de obra, levar lazer e cultura aos trabalhadores brasileiros e oferecer apoio &agrave;s pequenas e m&eacute;dias empresas. Para atender a esses objetivos, o sistema seria mantido com recursos p&uacute;blicos, descontados das folhas brutas dos sal&aacute;rios dos trabalhadores &ndash; numa al&iacute;quota total de 3,1%. Em 2012, continuou Ata&iacute;des de Oliveira, o sistema arrecadou mais de R$ 15 bilh&otilde;es &ndash; valor superior &agrave; arrecada&ccedil;&atilde;o de boa parte dos estados do Norte e do Nordeste.<br /> <br /> Sendo custeado por recursos p&uacute;blicos, o sistema deveria obedecer a regras semelhantes &agrave;s da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica, o que n&atilde;o estaria ocorrendo. O senador listou mais alguns dos problemas apontados pela auditoria e descritos em seu livro.<br /> <br /> <u><strong>Disponibilidade Financeira do Sistema</strong></u><br /> <br /> Um deles &eacute; a disponibilidade financeira do sistema. De acordo com o TCU, haveria atualmente cerca de R$ 4,3 bilh&otilde;es em aplica&ccedil;&otilde;es financeiras. Ata&iacute;des disse, no entanto, acreditar que o valor pode ser ainda maior. Em um balancete de 2010 do Sesi encontrado por ele na Internet, a entidade dizia ter R$ 2,8 bilh&otilde;es em aplica&ccedil;&otilde;es financeiras. Considerando que o Sesi &eacute; apenas um dos entes ligados ao sistema, o senador estima que o valor das aplica&ccedil;&otilde;es pode ultrapassar R$ 8 bilh&otilde;es.<br /> <br /> - Se essa entidade foi criada com finalidade exclusiva de qualificar m&atilde;o de obra e levar lazer e cultura para o trabalhador, o que este dinheiro est&aacute; fazendo parado em banco? &ndash; questionou.<br /> <br /> <strong><u>Auditorias</u></strong><br /> <br /> O senador contou ainda que a auditoria apontou a exist&ecirc;ncia de supersal&aacute;rios, licita&ccedil;&otilde;es realizadas sem fiscaliza&ccedil;&atilde;o e acompanhamento, cumulatividade de cargos (um mesmo dirigente com at&eacute; nove cargos), a&ccedil;&atilde;o por apropria&ccedil;&atilde;o ind&eacute;bita de R$ 3,3 bilh&otilde;es repassados equivocadamente ao sistema pelo INSS, diminui&ccedil;&atilde;o no n&uacute;mero de cursos gratuitos oferecidos &agrave; comunidade e aumento significativo dos cursos pagos, desvio de finalidade (uma vez que h&aacute; registro de aplica&ccedil;&otilde;es financeiras e imobili&aacute;rias) e m&eacute;todos cont&aacute;beis question&aacute;veis &ndash; que teria sido classificado pelo pr&oacute;prio TCU como um verdadeiro &ldquo;labirinto&rdquo;, que n&atilde;o obedecem aos princ&iacute;pios b&aacute;sicos de contabilidade.<br /> <br /> Ata&iacute;des de Oliveira avisou que vai detalhar cada um desses pontos em pronunciamentos futuros. E acrescentou que dados da CGU mostraram que em 172 entidades do sistema fiscalizadas pelo &oacute;rg&atilde;o, 90% apresentaram irregularidades.<br /> <br /> Em aparte, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) parabenizou o colega pela cobran&ccedil;a e disse ser importante tocar nesta quest&atilde;o, uma vez que a finalidade dessas entidades &eacute; justa, mas elas precisam ser &quot;acompanhadas de perto&quot;.</span><br /> <br /> <span style="font-size: 14px;">(Ag&ecirc;ncia Senado)</span></div>
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