Política

Ex-petista, Cristovam diz que governo do PT é o "mais corrupto da história"

Por Agnaldo Araujo
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14/04/2016 14h35 - Atualizado há 5 anos
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) confirmou que apoia o impeachment da presidente Dilma Rousseff e qualificou o governo do PT, seu ex-partido, como “o mais corrupto da história”. A informação foi divulgada pelo PPS por meio de nota, nesta quinta-feira (14/04). “Eu vejo uma manifestação clara contrária a um governo que deixou esgotar o modelo que tínhamos adotado no Brasil. Um governo formado por um partido que se elegeu defendendo a ética e se mostrou o mais corrupto da história. Um governo incompetente. Uma presidente que mentiu para se reeleger e no dia seguinte fez tudo diferente do que havia prometido”, afirmou o senador. Segundo Cristovam, o impeachment não é golpe e resulta de “uma grande insatisfação da nação” com a corrupção mostrada pela Operação Lava Jato e da manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU) de que houve crime de responsabilidade por parte da presidente com as chamadas pedaladas fiscais e a abertura de crédito orçamentário sem autorização do Congresso Nacional. Cristovam também sinalizou apoio à realização de novas eleições. “Não tem golpe. Está previsto na Constituição. Porém, o que pesa nos formadores de opinião da esquerda tradicional, que em grande parte estão nas universidades e nos meios artísticos, é a necessidade de uma nova eleição. Não estou me referindo aqui aos docentes que dependem de cargos do governo ou de petistas que estão cegos e não veem nada de errado. Falo daqueles que de fato estão descontentes com este governo”, sustentou. Para o senador, há uma desconfiança generalizada da sociedade com os políticos, o que reforça a insegurança em relação a uma possível saída de Dilma da presidência. A solução, segundo ele, passa pela capacidade do vice-presidente Michel Temer, de retomar a credibilidade. “E aí vai depender de quem ele nomeia como ministro. As medidas que tomará do ponto de vista do ajuste fiscal. As primeiras medidas de longo prazo, porque mesmo sendo apenas dois anos, não se pode de deixar de pensar na educação, saúde e na inovação tecnológica. Se ele não conseguir administrar o caos instalado na área de saúde, por exemplo, já terá fracassado”, afirmou. Pelo PT, Cristovam foi governador do Distrito Federal e chegou ao Senado. Primeiro ministro da Educação de Lula, Cristovam rompeu com o partido após ser demitido por telefone pelo ex-presidente um ano depois de ter assumido o cargo. Em 2006, disputou a Presidência da República pelo PDT. No começo deste ano, ele se filiou ao PPS, alegando divergências com a decisão do comando pedetista de integrar o governo Dilma. Impeachment de Dilma A petista poderá ser afastada do mandato por até 180 dias caso o parecer da comissão do impeachment seja aprovado por dois terços dos deputados (342 dos 513), no próximo domingo (17/04), e passe com maioria absoluta no Senado (ou seja, com o apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores) nas semanas seguintes. Nesse caso, Temer assumirá o comando do governo e Dilma será submetida a um julgamento que determinará sua saída definitiva do cargo ou não. Para essa votação final, conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), são exigidos pelo menos 54 votos. (Congresso em Foco).

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