Funcionários da área de enfermagem do Hospital e Maternidade Dom Orione, o maior da rede privada na região norte do Estado, entraram em contato com o
AF Notícias para reclamar das condições de trabalho e denunciar supostas humilhações, além da falta de pagamento de horas extras. Os técnicos em enfermagem também afirmaram que estão "sobrecarregados". Segundo a reclamação, os funcionários estão sendo obrigados a continuar trabalhando mesmo após o registro do ponto no horário estabelecido para saída, até que haja a mudança de turno. A determinação estaria partindo da coordenadora em enfermagem. Neste caso, os funcionários argumentam que só deveriam registrar o ponto quando de fato encerrasse o turno de trabalho.
"Se não registrar o ponto até 15 minutos após o horário estabelecido, o funcionário pode ser advertido ou suspenso. Eles não querem pagar as horas extras”, acrescenta a funcionária, que pediu para não ser identificada por temer represálias. A jornada de trabalho no hospital funciona em três turnos: das 7h às 13, das 13h às 19h e das 19h às 7h da manhã. Os técnicos em enfermagem também reclamaram da sobrecarga de trabalho. Segundo eles, a escala está desfalcada por causa do reduzido número de funcionários.
“São muitas exigências e somos desvalorizados, apesar dos riscos que corremos e da atenção que damos aos pacientes”, reclamou uma funcionária, ao acrescentar que chegam a ser "humilhadas".
“A situação está insustentável. A coordenadora não sabe conversar com os funcionários. Estamos pensando até em paralisação. Sem a gente o hospital não funciona. Se continuar nós vamos paralisar. São certos tipos de humilhação que a gente está passando. Ultimamente, tudo é advertência. Os profissionais do pronto atendimento estão vindo trabalhar insatisfeitos”, declarou a funcionária.
O outro lado A reportagem procurou a diretoria do Hospital para responder às reclamações. Conforme o superintendente do HDO, Osmair Cunha, são improcedentes as reclamações de que as horas-extras não são pagas.
“Pagamos em média de R$ 30 a R$ 35 mil por mês de horas-extras e quando há necessidade de fazer, a coordenadora autoriza”, disse. Cunha também afirmou que "não procede" a denúncia de que os funcionários estariam registrando o ponto de saída, mas retornando ao posto de trabalho.
“Não procede porque não podem abandonar o posto de trabalho para ir registrar o ponto. Fizemos uma investigação, conversamos com os técnicos e não tivemos nenhuma afirmativa nesse sentido. O funcionário só registra o ponto quando efetivamente deixa o serviço”, afirmou. Já em relação à suposta sobrecarga de trabalho, Osmair Cunha afirmou que o Hospital cumpre as determinações legais quanto ao número de funcionários. Quando às reclamações de supostas humilhações, o superintendente afirmou que serão apuradas.