Caso em Augustinópolis

Vereador irmão de ex-deputado estadual do Tocantins continua foragido da Justiça

Antônio Queiroz é investigado no esquema de corrupção em Augustinópolis.

Por Raimunda Costa 1.404
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28/01/2019 09h38 - Atualizado há 5 anos
Polícia na Câmara de Vereadores de Augustinópolis

O vereador de Augustinópolis Antônio Queiroz (PSB), irmão do ex-deputado estadual Manoel Queiroz, continua foragido desde a sexta-feira (25). Ele é investigado no esquema de corrupção e recebimento de propina para aprovação de projetos do Poder Executivo na Câmara Municipal.

Nove vereadores já foram presos. Os últimos a se entregarem foram Wagner Uchôa e Edivan Neves da Conceição, conhecido como ‘Neguinho da Civil’.

Wagner se entregou na tarde de sexta-feira (25) e Edivan, que é policial civil, na madrugada de sábado (26). Ele é apontado com um dos líderes do esquema.

De acordo com a Polícia Civil, durantes as buscas foram encontrados valores em espécie na residência de alguns vereadores. Uma considerável quantia de maconha também foi apreendida na casa de Antônio Barbosa Sousa.

"Documentos e computadores que foram apreendidos na Câmara de Vereadores, na prefeitura e na residência dos alvos ainda serão analisados. Será averiguado se há outros elementos que possam comprovar outros crimes. É muita coisa para analisar. Temos o prazo de cinco dias até a soltura dos envolvidos", contou a polícia.

SILÊNCIO 

A Polícia Civil disse que os vereadores permaneceram em silêncio durante os depoimentos. "Tentando de certa forma não produzir provas contra si. Eles foram orientados pelos advogados a não falar". As investigações vão continuar para apurar se há mais envolvidos no esquema.

Os suplentes tomaram posse no sábado (26) e já reelegeram o atual presidente da Casa, Cícero Cruz Moutinho, para um novo mandato. Ele foi o único parlamentar que não teve a prisão decretada.

ENTENDA

A Polícia Civil deflagrou a Operação Perfídia na manhã de sexta-feira (25) para prender dez dos 11 vereadores de Augustinópolis, no norte do Tocantins.

As investigações apontaram que os parlamentares cobravam propina para aprovar projetos enviados pela prefeitura. O esquema movimentava cerca de R$ 40 mil por mês.

Além de autorizar a operação, a Justiça ainda determinou o afastamento dos 10 vereadores por 180 dias.

O ESQUEMA

A Polícia investiga os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa. A denúncia foi feita por um cidadão de Augustinópolis. Os pagamentos variavam de R$ 1 mil até R$ 8 mil por mês. Os valores seriam diferenciados e determinados em razão da força política que exercem dentro da estrutura administrativa e social. 

Todo o esquema seria "negociado, gerenciado e liderado" pelo vereador Edvan que recebia em patamar superior por ser policial civil .  

A vereadora Maria Luísa de Jesus do Nascimento, Luizinha (PP), também recebia valores mais expressivos em razão da sua força política, com ligações estreitas com o Palácio Araguaia. 

Vereadores envolvidos

 - Maria Luisa de Jesus do Nascimento

 - Antônio Silva Feitosa

- Antônio Barbosa Sousa

- Antônio José Queiroz dos Santos (foragido)

- Edvan Neves Conceição

Ozeas Gomes Teixeira

- Francinildo Lopes Soares

- Ângela Maria Silva Araújo de Oliveira

- Marcos Pereira de Alencar

Wagner Mariano Uchôa Lima

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