Em Palmas

Promotor flagra 22 pacientes em macas no corredor do maior hospital público do Tocantins

Também faltam medicamentos essenciais na UTI da unidade.

Por Joselita Matos 987
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23/06/2021 16h10 - Atualizado há 2 anos
22 pacientes estavam deitados em macas no corredor do pronto atendimento

Durante uma vistoria realizada nesta quarta-feira (23) no Hospital Geral de Palmas (HGP), o promotor de Justiça na área da Saúde, Thiago Ribeiro, constatou várias irregularidades na unidade, tais como falta de estrutura física e de medicamentos essenciais.

O promotor esteve nas alas da ortopedia, pronto-socorro, psiquiatria e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além de conversar com pacientes e familiares, o promotor também ouviu profissionais da saúde sobre as condições de atendimento da Unidade e conferiu as escalas dos médicos plantonistas.

Com base no que foi apurado, o promotor oficiará, de imediato, à Secretaria Estadual de Saúde, para a adoção de providências urgentes.

Pacientes no corredor

Na inspeção, o promotor constatou que 22 pacientes estavam deitados em macas no corredor do pronto atendimento, na maioria idosos e com graves enfermidades. Um desses pacientes era uma senhora de mais de 80 anos, que há cerca de 10 dias aguardava por uma vaga em leito e internação.

O diretor-geral do HGP, Leonardo Toledo, informou ao promotor que a partir da terça-feira, 29, a unidade terá mais 48 novos leitos disponíveis, após a finalização de uma obra.

Mais vistoria

Foram vistoriados também a Sala Vermelha, Ala Ortopédica e UTI, além da escala de plantão.

Na Unidade de Terapia Intensiva, o promotor verificou a falta de dois medicamentos essenciais, como Midazolam, utilizado para sedação; e Heparina, anticoagulante.

Além destes, os médicos apontaram a ausência de Sinvastatina, para controle do colesterol, e outros antibióticos. Constantemente, segundo as enfermeiras, faltam compressas, ataduras para curativos e micropore.

Ala psiquiátrica

Na ala psiquiátrica, médicos e enfermeiros reclamaram da falta de estrutura. O local dispõe de apenas 10 leitos, enquanto existem, atualmente, 25 pacientes, dentre os quais, três internos compulsórios. Conforme os profissionais, 15 deles ficam no pronto-socorro com outros pacientes, colocando em risco a integridade física dos demais. Há quatro dias, uma das pacientes que estava no pronto-socorro, ao retornar para a ala, foi encontrada com uma faca.

Segundo os profissionais, o ambiente é inadequado, visto que homens e mulheres dividem o mesmo espaço, não há local disponível para banho de sol e até as camas apresentam defeitos que oferecem riscos aos usuários. Desde o início da pandemia, os internos não saem para o ambiente externo.

Para atender à demanda, seriam necessários mais 20 leitos psiquiátricos no HGP, sendo que o espaço que deveria ter sido destinado à expansão de leitos está funcionando como ala de Covid-19.

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