Desespero!

Em coma na UPA, locutor aguarda vaga de UTI no Hospital Regional de Araguaína há 5 dias

A família está desesperada e clama por socorro das autoridades.

Por Márcia Costa 3.450
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25/10/2021 15h27 - Atualizado há 2 anos
Antonio José trabalha fazendo locução em portas de lojas

O locutor Antonio José Marcos da Silva, 40 anos, está há cinco dias em coma na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) à espera de uma vaga na UTI do Hospital Regional de Araguaína (HRA). Ele é morador do povoado Ponta do Asfalto, município de Wanderlândia, e trabalha como locutor em portas de lojas.

A família do paciente está desesperada e não sabe o que exatamente aconteceu, já que não teria sido realizado nenhum exame até agora na UPA.

Alda Marcos que é irmã do locutor, disse que ele foi encontrado desacordado e inconsciente após cair e bater a cabeça no batente da porta na manhã da última quarta-feira (20/10).

"A gente suspeita que ele tenha sofrido um Acidente Vascular Cerebral, mas não sabemos se foi antes ou depois dele cair. Saiu sangue pelo nariz e boca. Aparentemente ele não tinha nenhuma doença. Até agora não sabemos o que realmente aconteceu, não foram feitos exames aqui", relatou Alda.

A direção da UPA já teria solicitado vaga na UTI do Hospital Regional de Araguaína para transferência do paciente, mas a família continua sem resposta.

"A UPA diz que já encaminhou a solicitação para uma vaga na UTI do Hospital Regional, e dizem que não tem vaga disponível. Chegaram a avisar no sábado que havia surgido uma vaga pra ele, mas outra pessoa entrou no lugar, pois estaria pior. Ontem a pressão dele foi praticamente a 0, desse jeito está muito difícil! Aí eu pergunto: uma pessoa que está há cinco dias em coma, qual a situação pior da outra pessoa para tomar a vaga? Porque não manda para outro lugar, outro hospital em outra cidade, ele não pode é morrer à míngua desse jeito", clamou Alda.

O QUE DIZ A SAÚDE

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) ressaltou que o HRA é uma unidade de saúde portas abertas do Sistema Único de Saúde (SUS) e, portanto, respeita o princípio da universalidade. Nestas circunstâncias, atende pacientes do Norte do Estado, bem como do Pará e do Maranhão. Por tal razão, ocasionalmente, há superlotação e falta de vagas o que, geralmente, é rapidamente resolvido.

Especificamente em relação ao caso do locutor, a Secretaria disse que o Hospital Regional de Araguaína (HRA) recebeu solicitação de vaga na Sala Vermelha, visando atender o referido paciente e, neste momento, trabalha na regulação interna dos leitos para atender ao pedido.

Posicionamento UPA Anatólio Dias 

O ISAC-Instituto Saúde e Cidadania, responsável pela gestão da UPA – Unidade de Pronto Atendimento Anatólio Dias Carneiro, informa que o paciente citado na reportagem foi transferido para a UTI do Hospital Regional de Araguaína (HRA) na noite da última segunda-feira, dia 25.

Durante o tempo que esteve na UPA, o paciente recebeu toda a assistência médica necessária, incluindo exames.

A família também recebeu informações diárias sobre o estado de saúde do paciente.

A UPA é uma unidade de saúde de assistência transitória e o paciente deveria ficar apenas 24 horas internado no local. Contudo, em função da falta de vagas nos leitos de UTI, o paciente permaneceu na unidade por mais tempo e recebeu toda a assistência necessária.

Atualmente, o HRA é a referência da UPA. E com isso, a UPA encaminha todos os pacientes para o hospital e apenas eles e a regulação estadual podem solicitar vagas para UTIs de outros hospitais.


Araguaína - TO, 26 de outubro de 2021.

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