Falta de qualificação entre jovens é causa de desemprego, mostra Unesco

Por Redação AF
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16/10/2012 08h58 - Atualizado há 5 anos
<div style="text-align: justify; "> <span style="font-size:14px;">Duzentos milh&otilde;es de jovens, com idade entre 15 e 24 anos, de pa&iacute;ses em desenvolvimento n&atilde;o completaram o ensino prim&aacute;rio, equivalente ao ensino fundamental no Brasil, e precisam de caminhos alternativos para adquirir habilidades b&aacute;sicas para o emprego. O n&uacute;mero representa 20% da popula&ccedil;&atilde;o desses pa&iacute;ses nessa faixa et&aacute;ria e foi apresentado no 10&ordm; Relat&oacute;rio de Monitoramento Global de Educa&ccedil;&atilde;o para Todos, publicado hoje (16) pela Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Educa&ccedil;&atilde;o, a Ci&ecirc;ncia e a Cultura (Unesco).<br /> <br /> O relat&oacute;rio mostra que a popula&ccedil;&atilde;o jovem do mundo &eacute; a maior que j&aacute; existiu e que um em cada oito jovens est&aacute; desempregado. Al&eacute;m disso, mais de 25% est&atilde;o em trabalhos que os deixam na linha da pobreza ou abaixo dela, equivalente a um rendimento inferior a US$ 1,25 por dia. O documento ressalta que &ldquo;a profunda falta de qualifica&ccedil;&atilde;o da juventude &eacute; mais nociva do que nunca&rdquo;, neste momento de crise econ&ocirc;mica que continua afetando sociedades de todo o mundo.&nbsp;<br /> <br /> A publica&ccedil;&atilde;o avalia que houve progresso significativo em algumas regi&otilde;es, mas poucas est&atilde;o no caminho para atingir as seis metas previstas no Acordo de Dacar (Senegal), assinado por 164 pa&iacute;ses durante a Confer&ecirc;ncia Mundial de Educa&ccedil;&atilde;o de 2000. Pelo acordo, at&eacute; 2015 devem ser cumpridas as seguintes metas: expandir cuidados na primeira inf&acirc;ncia e educa&ccedil;&atilde;o; universalizar o ensino prim&aacute;rio; promover as compet&ecirc;ncias de aprendizagem e de vida para jovens e adultos; reduzir o analfabetismo em 50%; alcan&ccedil;ar a paridade e igualdade de g&ecirc;nero; melhorar a qualidade da educa&ccedil;&atilde;o.<br /> <br /> Em todo o mundo, 250 milh&otilde;es de crian&ccedil;as em idade escolar prim&aacute;ria n&atilde;o sabem ler ou escrever, frequentando ou n&atilde;o a escola. Entre os adolescentes, 71 milh&otilde;es est&atilde;o fora da escola secund&aacute;ria, perdendo, segundo a pesquisa, a oportunidade de adquirir habilidades vitais para um emprego digno no futuro.&nbsp;<br /> <br /> As popula&ccedil;&otilde;es jovens pobres s&atilde;o as que mais precisam de capacita&ccedil;&atilde;o, principalmente das &aacute;reas rurais. &ldquo;Muitos jovens fazendeiros, com problemas de escassez de terras e efeitos da mudan&ccedil;a clim&aacute;tica, n&atilde;o t&ecirc;m sequer as habilidades b&aacute;sicas necess&aacute;rias para se proteger e se sustentar&rdquo;, conclui o estudo. No Brasil, aqueles que moram na zona rural t&ecirc;m o dobro de chance de ser pobres e 45% n&atilde;o completaram o ensino fundamental.<br /> <br /> Segundo a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, o mundo est&aacute; testemunhando uma gera&ccedil;&atilde;o jovem frustrada pela disparidade cr&ocirc;nica entre habilidade e emprego. &ldquo;A melhor resposta &agrave; crise econ&ocirc;mica e ao desemprego de jovens &eacute; assegurar a capacita&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e relevante de que precisam para entrar no universo do trabalho com confian&ccedil;a&rdquo;, disse. Para ela, esses jovens precisam ter caminhos alternativos para a educa&ccedil;&atilde;o, para conseguir as habilidades necess&aacute;rias &agrave; sobreviv&ecirc;ncia, a viver com dignidade e contribuir com suas comunidades.<br /> <br /> O relat&oacute;rio mostra ainda que n&atilde;o investir nas habilidades de jovens tem efeitos de longo prazo vis&iacute;veis em todos os pa&iacute;ses. Mesmo nas na&ccedil;&otilde;es desenvolvidas, a estimativa &eacute; que 160 milh&otilde;es de adultos, ou 20% deles, n&atilde;o tenham requisitos m&iacute;nimos para se candidatar a um emprego, como ler um jornal, escrever ou fazer c&aacute;lculos. Por isso, a Unesco defende que investir no desenvolvimento das habilidades de jovens &eacute; uma estrat&eacute;gia inteligente para pa&iacute;ses que querem impulsionar seu desenvolvimento econ&ocirc;mico.<br /> <br /> A partir dos dados, a entidade alerta que apesar de a &aacute;rea econ&ocirc;mica ser a primeira a se beneficiar da m&atilde;o de obra mais qualificada, o setor privado contribui muito pouco na educa&ccedil;&atilde;o dos jovens, com apenas 5% dos fundos oficiais. Al&eacute;m disso, recomenda que governos e pa&iacute;ses doadores de fundos globais para a educa&ccedil;&atilde;o se empenhem para garantir o investimento necess&aacute;rio.</span></div>
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