Análise política

Eduardo Gomes precisa mostrar a que veio como coordenador da campanha de Dimas

Nenhum prefeito ou vereador declarou publicamente apoio a Dimas por intermédio de Gomes.

Por Arnaldo Filho 1.704
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20/07/2022 18h35 - Atualizado há 1 ano
Eduardo Gomes é o coordenador da campanha de Ronaldo Dimas ao governo

O senador Eduardo Gomes (PL) finalmente se licenciou do cargo para entrar de vez na campanha do pré-candidato a governador Ronaldo Dimas (PL). Assumiu em seu lugar no Senado Federal o segundo suplente, o empresário do ramo fármaco Ogari Pacheco, uma vez que o primeiro suplente, Siqueira Campos, abriu mão alegando problemas de saúde.

A demora de Gomes para decidir colocar o pé na estrada já causou estragos. A pré-candidata ao Senado, Professora Dorinha, acabou de fechar aliança com o governador e pré-candidato à reeleição Wanderlei Barbosa (Republicanos). A deputada foi recepcionada pelo grupo governista com um festival de salva de palmas. O auditório da ATM em Palmas estava repleto de políticos - detentores de mandato ou não - simpatizantes e correligionários.

O pulo da deputada federal foi uma perda inquestionável para o grupo de Ronaldo Dimas e Eduardo Gomes, pois Dorinha levou consigo um gordo fundo eleitoral do União Brasil e muito tempo de TV.

Ainda dá tempo de transferir o prestígio político?

Talvez ainda dê tempo de Eduardo Gomes usar seu prestígio em favor de Dimas, pelo político que é, como também, por ser líder do governo Bolsonaro no Congresso. Não se pode negar, no entanto, que a tarefa será árdua. Só faltam praticamente dois meses para as eleições de 2 de outubro, e o tempo voa!

Mas ainda é possível fazer manobras, uma vez que o prazo das convenções começou nesta quarta-feira (20/7) e segue até o dia 5 de agosto. Há, portanto, tempo para criar, promover e alavancar candidaturas. Nada ainda está perdido, mesmo porque, nem Dimas tampouco Barbosa decolaram na corrida eleitoral desde que anunciaram suas pré-candidaturas.

Porém, causa estranheza o fato de que, até agora, nenhum prefeito, deputado, vereador ou líder político declarou apoio publicamente a Ronaldo Dimas por intermédio da articulação de Eduardo Gomes. Até o pré-candidato Osires Damaso (PSC) que, em tese, teria menos musculatura política para uma disputa ao governo, já conquistou o apoio do senador Irajá, de três prefeitos e vem alavancando seu nome.

Portanto, Eduardo Gomes, na condição de coordenador de campanha, precisa urgentemente dar uma demonstração de força no processo político, antes que seja tarde demais!

Suplente desconhecido, mas endinheirado

Milhares de tocantinenses não sabem quem é o suplente que vai representá-los nos próximos meses no Senado Federal no lugar de Eduardo Gomes. Geralmente, o perfil dos suplentes de senadores não é muito divulgado.

Milionário, Ogari Pacheco é empresário no ramo da farmacologia e sócio do Laboratório Cristália, um dos maiores fabricantes de remédios do país. Na campanha eleitoral de 2018, ele declarou à Justiça Eleitoral possuir um patrimônio na ordem de R$ 400 milhões.

Desde o começo do mandato, Pacheco tem uma espécie de gabinete paralelo no Congresso Nacional. O senador Eduardo Gomes ocupa três gabinetes: o que lhe cabe como parlamentar eleito pelo Tocantins; o que lhe é reservado por ser líder do governo Bolsonaro e, por fim, aquele que ocupa em razão de fazer parte da mesa diretora do Senado Federal.

Pacheco sempre ocupou um dos três e, durante a pandemia, intermediou os interesses da indústria farmacêutica na referida Casa Legislativa. Ele já disse, em entrevista à imprensa nacional, que sua presença no Senado visa fortalecer e garantir os interesses dos laboratórios fabricantes de remédio, como também, da saúde de uma forma geral.

Inversão de papéis vai testar a habilidade de ambos

Pacheco foi o porto seguro de Gomes durante a campanha eleitoral de 2018, bem como, ajudou o senador a articular pautas no Congresso, depois de eleito. Papéis invertidos, é chegada a hora de ambos provarem que podem transitar no território um do outro: Pacheco no desempenho e efetivo papel de senador e, Gomes, no papel de auxiliá-lo nas pautas do plenário - mesmo que de longe - como também ser a referência e o esteio básico da candidatura de Ronaldo Dimas, função essa que, outrora, Pacheco executou muito bem a favor de Gomes, inclusive o próprio Dimas.

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