Veja mostra que Igeprev abasteceu com R$ 12 milhões fraude comandada por doleiro

Por Redação AF
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19/05/2014 11h39 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;">Os podres da gest&atilde;o do Igeprev continuam aparecendo. Neste domingo (18), reportagem da Revista Veja mostrou que os fundos de pens&atilde;o de servidores p&uacute;blicos aplicaram R$ 23 milh&otilde;es em uma empresa do doleiro Alberto Youssef.<br /> <br /> Conforme a reportagem, s&oacute; do Instituto de Gest&atilde;o Previdenci&aacute;ria do Tocantins (Igeprev) foram aplicados 12 milh&otilde;es de reais, mais da metade do montante total recebido pelo fundo. Tamb&eacute;m tornaram-se investidores na empresa do doleiro os fundos municipais de previd&ecirc;ncia de Cuiab&aacute; (MT), que desembolsou 3,4 milh&otilde;es de reais; e Paranagu&aacute; (PR), que gastou 2 milh&otilde;es de reais. No Nordeste, o fundo de Amontada (CE) gastou cerca de 1,6 milh&atilde;o de reais e o de Petrolina (PE) desembolsou 980.000 reais. Hortol&acirc;ndia e Holambra, duas cidades do interior paulista, aplicaram respectivamente 1,5 milh&atilde;o de reais e 980.000 reais para virar s&oacute;cias de Youssef.<br /> <br /> O aporte dos fundos de previd&ecirc;ncia foi feito atrav&eacute;s do Fundo de Investimento em Participa&ccedil;&otilde;es (FIP) Viaja Brasil. &Eacute; um produto criado pelo banco M&aacute;xima com o prop&oacute;sito de impulsionar o crescimento do grupo Marsans Brasil. Todo o dinheiro que entrou no Viaja Brasil foi aplicado na Gra&ccedil;a Aranha RJ Participa&ccedil;&otilde;es &mdash; dona da Marsans Brasil, de acordo com relat&oacute;rio da consultoria Lopes Filho. Documentos da Junta Comercial do Rio de Janeiro, no entanto, revelam outro dono na Marsans. Segundo certid&atilde;o do &oacute;rg&atilde;o,&nbsp; a GFD Investimentos, uma empresa do doleiro, &eacute; a &uacute;nica controladora da Marsans.<br /> <br /> <u><strong>O Igeprev</strong></u><br /> <br /> Ainda segundo a reportagem da Veja, nenhum fundo de previd&ecirc;ncia esclarece por que foram feitos os investimentos no fundo de Youssef. A assessoria de imprensa do atual presidente do Instituto de Gest&atilde;o Previdenci&aacute;ria do estado do Tocantins diz que os aportes foram feitos em gest&atilde;o anterior, de Luciano Silbernagel. Procurado, Silbernagel alega que desconhecia a aplica&ccedil;&atilde;o no Viaja Brasil e responsabiliza o gestor Edson Santana Matos pelos investimentos. Matos n&atilde;o foi localizado.<br /> <br /> A reportagem lembra que o governador Siqueira Campos (PSDB) e o vice-governador Jo&atilde;o Oliveira (DEM) renunciaram aos cargos em abril.<br /> <br /> A Veja ressalta ainda que o fundo de pens&atilde;o dos servidores do governo de Tocantins tamb&eacute;m foi um dos que mais perdeu dinheiro com a aplica&ccedil;&atilde;o de recursos em t&iacute;tulos lastreados em empr&eacute;stimos do banco BVA &mdash; que teve recursos desviados pelos administradores e deixou um rombo de 4 bilh&otilde;es de reais.<br /> <br /> <u><strong>Investiga&ccedil;&otilde;es</strong></u><br /> <br /> Youssef ganhou notoriedade nacional no come&ccedil;o dos anos 2000 por ter remetido bilh&otilde;es de d&oacute;lares para fora do pa&iacute;s por contas do banco Banestado. Acabou condenado por evas&atilde;o de divisas, mas fez um acordo de dela&ccedil;&atilde;o premiada com a Justi&ccedil;a Federal, pelo qual entregou informa&ccedil;&otilde;es importantes para a investiga&ccedil;&atilde;o e conseguiu puni&ccedil;&atilde;o mais branda do que era esperado. A &uacute;nica exig&ecirc;ncia era que ele n&atilde;o voltasse a cometer crimes. Mas, durante as investiga&ccedil;&otilde;es da opera&ccedil;&atilde;o Lava-Jato, a PF encontrou ind&iacute;cios de que Youssef voltou a comandar um esquema de lavagem de dinheiro. Ele come&ccedil;ar&aacute; a ser julgado em junho pelos crimes de lavagem de dinheiro, participa&ccedil;&atilde;o em organiza&ccedil;&atilde;o criminosa, evas&atilde;o de divisas e opera&ccedil;&atilde;o indevida de institui&ccedil;&atilde;o financeira.<br /> <br /> Al&eacute;m de in&uacute;meras opera&ccedil;&otilde;es ilegais de entrada e sa&iacute;da de d&oacute;lares do pa&iacute;s, desde pelo menos 2010 ele ajudava na coleta de recursos para campanhas de pol&iacute;ticos. Nos &uacute;ltimos meses, esbanjava intimidade com o poder. Tinha contatos frequentes com os deputados federais Andr&eacute; Vargas (ex-PT) e Luiz Arg&ocirc;lo (SDD). Articulava neg&oacute;cios com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com quem &eacute; acusado pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico de ter desviado mais de 8 milh&otilde;es de reais de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. E &eacute; acusado ainda de comandar um laborat&oacute;rio farmac&ecirc;utico que conseguiria faturar at&eacute; 35 milh&otilde;es de reais, em cinco anos, na venda de medicamentos com uma parceria chancelada pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de.</span>
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