Um levantamento realizado pela Associação Tocantinense de Municípios (ATM) e Instituto de Pesquisas, Propaganda e Projetos Econômicos e Sociais (IPEPE), apontou que 41,67% dos prefeitos do Tocantins afirmaram que o Governo do Estado tem investido pouco em segurança pública, enquanto 35% responderam que o governo tem investido muito. Pelos dados levantados, 61,67% das cidades pesquisadas não possuem delegados de polícia. Apesar de 38,33% das delegacias funcionarem em prédios próprios, 35% funcionam em prédios alugados e 10% funcionam em prédios cedidos. Já 15% das cidades pesquisadas não possuem delegacia de polícia. Por fim, 1,67% não opinaram. A pesquisa foi realizada em 60 municípios do Tocantins entre os meses de janeiro e fevereiro de 2016. Segundo a ATM, pela metodologia utilizada, todas as microrregiões do Estado foram contempladas pelo estudo, incluindo, além das pequenas, as médias e grandes cidades.
Concursos paralisados Enquanto isso, dois concursos relacionados à segurança pública estão paralisados. O da Secretaria de Cidadania e Justiça (antiga Defesa Social) desde o ano passado. O certame ofertou mais de 1,2 mil vagas para diversos cargos. O concurso da Polícia Civil, que ofertou mais de 500 vagas, também está paralisado há quase dois anos. O Governo alega falta de recursos para realizar a última fase, o curso de formação, orçado em cerca de R$ 5 milhões.
Condições Ainda segundo os dados, apenas 3,33% das delegacias estão enquadradas como muito seguras, ao passo que 21,67% são consideradas seguras. Todavia, 28,33% dessas unidades são mais ou menos seguras, 13,33% são inseguras e 13,33% muito inseguras. Por fim, 20% não opinaram ou não souberam opinar. Por conseguinte, o estado de funcionamento das viaturas teve o seguinte resultado: 40% não estão em bom estado de funcionamento, contra 30% que estão em bom estado e 6,67% que disseram que algumas estão em bom estado de funcionamento. Entretanto, 18,33% declararam que nos seus municípios não existem viaturas policiais.
Efetivo policial deficiente nas cidades No que se refere às ajudas que a municipalidade realiza com a segurança local, cuja responsabilidade é do Estado, 36,67% dos gestores dizem que contribui com combustível, 11,67% com a alimentação de presos, 25% com aluguel do prédio da delegacia, 28,33% com pagamento de funcionários e 31,67% com material de expediente e limpeza. Entretanto, 15% disseram que não ajudam com absolutamente nada. Em relação ao efetivo policial, 66,67% garantem que o efetivo policial do município é pequeno, contra 18,33% que afirmam ser médio e 13,33% declararam que em seus municípios não há efetivo de polícia. Por sua vez, não houve respostas para efetivo policial grande.
Crime organizado A pesquisa apontou que na opinião de 56,67% dos que responderam o efetivo policial da sua cidade não está preparada para enfrentar o crime organizado, contra 5% apenas que afirmam que o referido efetivo está preparado. Porém, 26,67% garantem que o efetivo está mais ou menos preparado para enfrentar o crime organizado. Por fim, 11,67% não opinaram. Ainda segundo a pesquisa, só em 2015 houve 28,33% ocorrências de assalto nas agências bancárias nas cidades pesquisadas, 15% de explosões de caixas bancários. Assalto e explosões de caixa (3,33%); assalto e arrombamento (5%); assaltos seguidos de arrombamento e explosões de caixas (25%) e explosões de caixas e arrombamento (1,67). De acordo com os dados, em 40% dos municípios pesquisados aconteceram assaltos nas agências dos Correios em 2015, porém em 56,67% não houve registros do crime. E mais, em 33,33% das agências a prática criminosa aconteceu mais de uma vez no período de 2015.
Drogas Em relação ao consumo de droga, 93,33% dos prefeitos ouvidos declararam que o problema é muito preocupante ou preocupante. Já 3,33% colocaram que o problema
é mais ou menos preocupante e 3,33% que garantem que o problema ainda não é preocupante.
Objetivo da pesquisa Para o presidente da ATM e prefeito de Brasilândia, João Emídio, o objetivo da pesquisa foi aferir os dados de uma área que a cada dia preocupa mais as populações das cidades e, a partir daí, a entidade colaborar com o governo e as instituições.
“Os dados levantados são preocupantes. Vou propor uma audiência em Brasília com a nossa bancada, sugerir que seja marcada uma audiência em conjunto com o ministro da Justiça, a fim de alavancarmos recursos para construção de delegacias nos municípios que não há delegacias, bem como no aparelhamento da polícia como um todo", declarou.