A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (16) uma operação que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do
Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento - MAPA e empresas fiscalizadas. A operação foi batizada com o nome do apóstolo Lucas. A PF faz busca e apreensão em frigoríficos nas cidades de Araguaína, Gurupi, Palmas, Augustinópolis e Paraíso do Tocantins. A ex-superintendente do MAPA no Tocantins,
Adriana Carla Floresta Feitosa, foi detida nesta manhã, em sua casa, na Capital do Estado. O marido de Adriana também é um dos alvos. Cerca de 120 policiais federais cumprem 62 mandados judiciais, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão nos estados de Tocantins, Pará, Maranhão, São Paulo e Pernambuco, além do bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões. Segundo a Polícia Federal, a investigação começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas teriam sido favorecidas em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas. A PF apurou, por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, que a Chefe de Fiscalização do MAPA, à época dos fatos, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas familiares. Apenas em sua conta pessoal a investigação identificou a diferença de mais de 200% do declarado em seu imposto de renda. Também foi detectado que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões, entre os anos de 2010 a 2016. As pessoas investigadas, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão. O nome da operação faz referência à passagem Bíblica do livro de Lucas que diz:
"Não peçais mais do que o que vos está ordenado" e
"A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo". Será realizada entrevista coletiva, às 10h, na Superintendência da PF em Palmas/TO.