Vírus Global

Mpox: casos sobem em Minas Gerais, mas cepa do estado não é a mais grave, diz OMS

Doença viral transmitida por contato direto com lesões cutâneas.

Por Nicole Almeida
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22/08/2024 09h39 - Atualizado há 1 dia
Mpox: casos sobem em MG, mas cepa do estado não é a mais grave, diz OMS

A palavra foco "Mpox" tem ganhado destaque em Minas Gerais à medida que os casos da doença aumentam significativamente em 2024. Dados da Prefeitura de Belo Horizonte revelam que a capital mineira registrou 44 casos de mpox entre janeiro e agosto deste ano, superando os 39 diagnósticos de 2023.

A predominância entre os infectados continua a ser de homens, principalmente na faixa etária de 18 a 39 anos.

Situação em Minas Gerais

Em todo o estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou 49 casos de mpox neste ano, apenas um a menos do que o total registrado em 2023. No entanto, uma notícia positiva é que, até o momento, não houve mortes confirmadas pela doença. Mesmo com o aumento dos casos, especialistas ressaltam que a variante presente em Minas Gerais pertence ao grupo viral "Clado 2", que tem uma taxa de letalidade baixa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu recentemente um alerta sobre a disseminação global de uma variante mais perigosa, o "Clado 1B", que é altamente letal e está se espalhando pelo continente africano. Apesar disso, o Ministério da Saúde do Brasil considera que o risco de disseminação dessa cepa no país é baixo, embora o aumento dos casos de mpox exija atenção redobrada das autoridades de saúde.

Papel da vacinação

De acordo com o infectologista Leandro Curi, o crescimento dos casos de mpox em Belo Horizonte pode estar relacionado à baixa cobertura vacinal ou à subnotificação no ano anterior. “É um número preocupante e merece a atenção do poder público. É necessário ampliar a vacinação e preparar os aeroportos com testes e outras medidas de segurança”, afirma Curi.

Ele também destaca que a mpox não é uma infecção sexualmente transmissível, mas sim uma doença que se espalha pelo contato direto com lesões na pele ou fluidos corporais.

O especialista aponta que a vacina contra a varíola, aplicada até os anos 1970, pode oferecer certa proteção contra a mpox. No entanto, a vacina não é amplamente disponível para a população em geral. Apenas pessoas em risco, como profissionais de laboratório e indivíduos que tiveram contato próximo com pessoas infectadas, estão aptas a receber o imunizante atualmente.

Vacina nacional em desenvolvimento

A boa notícia é que uma vacina nacional contra a mpox está sendo desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo o professor Ricardo Gazzinelli, coordenador do CT Vacinas, o imunizante deve estar disponível até 2026.

"Nós já fizemos estudos pré-clínicos e a vacina funciona muito bem no modelo experimental", destaca Gazzinelli. Ele acrescenta que o imunizante promete ser seguro, inclusive para pessoas imunodeficientes, e possui um alto nível de eficácia.

Panorama internacional e alerta da OMS

Em um contexto global, a mpox se apresenta como uma ameaça mais grave em certas regiões, especialmente na África, onde surtos do "Clado 1B" têm causado grande preocupação. Segundo a OMS, mais de 14 mil casos de mpox foram registrados apenas em 2024, resultando em 524 mortes. Esse cenário reforça a importância de uma resposta internacional coordenada para conter a disseminação da doença e evitar uma nova pandemia global.

Sintomas e formas de contágio

A mpox é uma doença viral transmitida por contato direto com lesões cutâneas, fluidos corporais ou objetos contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dor muscular e fraqueza.

Embora a maioria dos casos evolua de forma moderada e tenha duração de duas a quatro semanas, a infecção pode ser grave em pessoas com sistema imunológico debilitado.

Fonte: Estado de Minas

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