Silvio Santos, ícone da televisão brasileira, faleceu no último sábado (17) aos 93 anos, deixando um legado grandioso. Contudo, antes de se tornar um fenômeno midiático e de sua segunda esposa, Íris Abravanel, existiu uma mulher de extrema importância em sua vida: Maria Aparecida Vieira Abravanel, mais conhecida como Cidinha. Ela foi sua primeira esposa e marcou profundamente sua trajetória, ainda que sua história seja pouco mencionada.

O início do relacionamento e o segredo mantido

Cidinha trabalhava como telefonista na Rádio Nacional quando conheceu Silvio Santos. A mãe dela possuía uma pensão na Rua Treze de Maio, no bairro do Bixiga, onde Silvio resolveu morar para se aproximar da jovem. Eles se casaram em 1962, porém Silvio Santos decidiu manter o casamento em segredo. Sendo apresentador de programa de auditório na TV Paulista, ele temia que revelar seu estado civil pudesse afastar seu público feminino, que era parte crucial de seu sucesso. Silvio desejava manter seu status de galã, e isso resultou em um relacionamento discreto, longe dos holofotes.

O casal teve duas filhas: Cíntia e Silvia Abravanel. No entanto, a chegada de Silvia à família teve um contexto especial, pois ela foi adotada.

A adoção de Silvia e o desejo de aumentar a família

A adoção de Silvia Abravanel foi um marco importante na vida de Silvio Santos e Cidinha. Após não conseguir engravidar novamente, Cidinha, que sempre sonhou em ter mais filhos, encontrou na adoção a solução. No podcast Bagaceira Chique, Silvia relembrou como foi acolhida pela família Abravanel com apenas três dias de vida. Uma senhora chamada Terezinha Mãe Cegonha, amiga próxima do comediante Manuel de Nóbrega, organizava adoções informais, e Silvia inicialmente seria filha de Carlos Alberto de Nóbrega, filho de Manuel. No entanto, o destino a levou para a casa de Silvio e Cidinha, onde foi criada com todo amor e carinho.

O diagnóstico de câncer e a luta de Cidinha pela vida

A felicidade da família foi interrompida no início da década de 1970, quando Cidinha foi diagnosticada com câncer no estômago. Silvio Santos, que amava profundamente sua esposa, não mediu esforços para proporcionar o melhor tratamento. Ela chegou a passar seis meses em Nova York buscando cura, mas infelizmente a doença progrediu. Em seus últimos dias, Cidinha estava extremamente fragilizada, e Silvio precisou até mesmo carregá-la nos braços para as refeições. O falecimento de Cidinha, aos 39 anos, em 1977, foi uma das maiores tragédias da vida de Silvio Santos, que sempre demonstrou arrependimento por ter mantido o relacionamento em segredo.

O arrependimento de Silvio Santos

Em uma entrevista em 1988, Silvio Santos refletiu sobre suas decisões e confessou que esconder seu casamento com Cidinha foi um dos maiores erros de sua vida. "Quando lembro que eu dizia ser solteiro, que eu escondia as minhas filhas para poder ser o galã, quando eu falo com a minha consciência, acho que é uma das coisas imperdoáveis que eu fiz, diante da minha imaturidade", admitiu Silvio Santos. Ele nunca escondeu que a maior tristeza de sua vida foi a perda de Cidinha, cuja morte o impactou profundamente.

A árvore genealógica dos Abravanel

Após a morte de Cidinha, Silvio Santos se casou novamente, desta vez com Íris Abravanel, com quem construiu uma grande família. Juntos, tiveram quatro filhas. Sua primeira esposa, Cidinha, deu a ele duas filhas, Cíntia e Silvia, e até hoje sua memória continua viva na família Abravanel. Cíntia, a filha mais velha de Silvio, é mãe de Tiago Abravanel, Lígia e Vivian. Já Silvia, que foi adotada, seguiu os passos do pai na televisão, atuando no SBT e cuidando da programação infantil da emissora.

Cidinha pode não ser mencionada com frequência nas histórias sobre Silvio Santos, mas sua importância na vida do apresentador e na formação de sua família é inegável.
 

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Fonte: UOL