Dia da Mulher Negra

'Ser negro no Brasil é nascer condenado!', desabafa advogada que luta contra racismo

Ela conta sobre suas cicatrizes provocadas pelo racismo da sociedade.

Por Redação 504
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26/07/2021 09h47 - Atualizado há 2 anos
Pela cor da minha pele, em primeiro momento eu não sou tratada como a advogada e sim como a ré

Mesmo com formação extensa profissional, o que se apresenta antes é a cor da pele. A mulher negra chega antes da administradora, advogada, presidente do Conselho Estadual da Igualdade Racial (Cepir) do Tocantins e vice-presidente da 1ª Comissão da Igualdade Racial OAB Tocantins, Edilma Barros da Silva.

Nesse 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, Edilma revelou algumas das cicatrizes provocadas pelo racismo velado ou escancarado da sociedade.

“Ser negro no Brasil é nascer condenado! A nossa inteligência nunca é desassociada da cor da nossa pele. Pela cor da minha pele, em primeiro momento eu não sou tratada como advogada e sim como a ré, isso é doloroso e faz parte do nosso dia a dia. Diante disso, sempre precisamos ensinar, fazendo com que compreendam que tomamos os espaço, e que nós, os negros, por meio do aquilombamento vamos tomar mais espaços que são nossos por direito. Foram muitos anos de lutas e temos noção de que ainda serão muitos outros pela frente”, lamentou Edilma.

A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) exaltou a história e o empoderamento profissional da servidora Edilma para fazer uma reflexão sobre o que é ser mulher negra no Tocantins. "Luta cotidianamente por um mundo onde ser negra seja EXISTÊNCIA e não mais RESISTÊNCIA!", diz a Seciju.

O dia

O Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha rememora o encontro de mulheres no dia 25 de julho em 1992 na República Dominicana que se transformou na luta mundial de todo dia, em todo lugar, em nome de todas as mulheres negras, latinas-americanas e caribenhas por uma sociedade mais justa e inclusiva, dando lugar à visibilidade e luta das mulheres negras contra todo tipo de opressão de gênero. Já no Brasil, a pauta reverberou em 2014 pela Lei nº 12.987, que representa também o dia da mulher negra e da líder quilombola, Tereza de Benguela, símbolo da resistência contra a escravização.

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