OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

'Abin paralela': Ramagem responde a 130 perguntas, nega ordem para espionagem e culpa servidores

Ex-diretor-geral da pasta prestou depoimento na superintendência regional da Polícia Federal do Rio, nesta quarta-feira

Por Isabel Garcia
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18/07/2024 10h04 - Atualizado há 4 horas
'Abin paralela': Ramagem responde a 130 perguntas, nega ordem para monitoramento ilegal e responsabi

'Abin paralela': Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), respondeu a cerca de 130 perguntas em seu depoimento à Polícia Federal, negando qualquer envolvimento em um suposto esquema de monitoramento ilegal. Ramagem, que também é delegado e deputado federal, foi ouvido por mais de seis horas na Superintendência Regional do Rio, onde se defendeu das acusações e responsabilizou ex-servidores da pasta.

Responsabilização dos ex-servidores

Durante seu depoimento, Ramagem atribuiu a responsabilidade das atividades de espionagem irregular ao agente Marcelo Araújo Bormevet e ao militar Giancarlo Gomes Rodrigues, ambos cedidos para a Abin durante sua gestão. O ex-diretor-geral afirmou que não deu nenhuma ordem para monitoramento ilegal e que essas atividades eram de responsabilidade dos mencionados servidores.

Evidências apresentadas pela Polícia Federal

A Polícia Federal apresentou conversas entre Bormevet e Rodrigues em um relatório encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O relatório expõe a determinação para a confecção de dossiês contra autoridades, incluindo o delegado Daniel Rosa e a promotora Simone Sibilio do Nascimento, ambos envolvidos nas investigações do homicídio da vereadora Marielle Franco.

Questões relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro

Entre os diálogos atribuídos aos ex-servidores da Abin, há uma menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro supostamente assinando um decreto instalando um Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ramagem, no entanto, afirmou não ter conhecimento de qualquer monitoramento clandestino de figuras do Legislativo, do Judiciário ou de jornalistas.

O caso das 'rachadinhas'

Ramagem também foi questionado sobre um áudio gravado por ele durante uma reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. A gravação, apreendida em seu celular, discutia uma investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas" e supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal.

A expressão 'Abin paralela' sugere a existência de uma estrutura clandestina dentro da agência, operando fora dos limites legais e institucionais. A negação de Ramagem e a responsabilização dos ex-servidores levantam questões sobre a integridade das operações de inteligência no país e a extensão do controle exercido pelos diretores sobre seus subordinados.

Fonte: O GLOBO

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