Vacinação

Desinformação sobre vacina continua sem nenhuma punição, lamenta biólogo

Átila Iamarino foi condecorado com medalha Oswaldo Cruz.

Por Nicole Almeida
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12/09/2024 10h00 - Atualizado há 3 semanas
Desinformação sobre vacina segue sem punição, diz biólogo

Nesta quarta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, entregaram a medalha de mérito Oswaldo Cruz a 22 pessoas e 10 instituições. A honraria, criada na década de 1970, reconhece contribuições significativas para a saúde e o bem-estar dos brasileiros. Entre os homenageados deste ano está o biólogo e pesquisador Átila Iamarino, conhecido por seu trabalho durante a pandemia de covid-19.

Átila Iamarino ganhou destaque nacional ao se tornar um importante divulgador de informações sobre o coronavírus, acumulando milhões de seguidores nas redes sociais. Contudo, ele usou sua recente homenagem para alertar sobre um problema persistente: a desinformação sobre vacinas. Iamarino ressaltou que, apesar da pandemia estar controlada, a desinformação continua sendo um risco significativo.

Desinformação sobre vacina: uma epidemia persistente

Durante a crise sanitária, o Brasil enfrentou uma segunda epidemia: a desinformação sobre a covid-19. Fake news, negacionismo de vacinas, promoção de tratamentos ineficazes e estímulo a aglomerações foram amplamente disseminados. Muitos desses discursos vieram de figuras de alto escalão, como o então presidente Jair Bolsonaro, e contribuíram para o aumento do número de mortes, que ultrapassou 700 mil.

Quatro anos depois, Iamarino aponta que a desinformação continua a prosperar. “A desinformação continua lá, e ela está mais organizada, mais financiada e mais bem amparada para usar redes sociais para promover muita coisa errada”, afirmou à Agência Brasil após a cerimônia de premiação no Palácio do Planalto. Ele observa que, apesar de a pandemia ter sido controlada, a ausência de punições para os disseminadores de desinformação pode ter graves consequências em futuras crises sanitárias.

Desinformação e falta de punição

Iamarino destacou a falta de responsabilidade enfrentada por aqueles que promoveram desinformação durante a pandemia. “Quem promoveu desinformação na covid-19 não sofreu nenhuma punição. Eu não sei te dar o nome de uma pessoa sequer que foi punida por qualquer coisa que falou que fosse antivacina, antisaúde e anticiência”, afirmou. Essa ausência de consequências pode significar que a sociedade não aprendeu com os erros do passado.

O presidente Lula também comentou sobre o problema, expressando seu espanto com o apoio institucional dado ao discurso negacionista. “Eu, sinceramente, nunca pensei viver um momento na história do Brasil em que você tinha uma linguagem oficial do presidente da República, de ministros da Saúde, de médicos com mandato de deputado, de personalidades públicas, tendo a desfaçatez de inventar tantas mentiras contra a vacinação”, declarou.

Avanços na vacinação e o futuro

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, celebrou os avanços no cenário vacinal. “Conseguimos reverter a tendência de queda de 13 das 16 vacinas do calendário infantil”, afirmou. O esforço para aumentar a cobertura vacinal permitiu ao Brasil sair do ranking dos 20 países com mais crianças não vacinadas, um feito significativo no contexto atual.

Na edição deste ano, a medalha Oswaldo Cruz focou na promoção da vacinação. Entre os agraciados, estão a primeira-dama Janja Lula da Silva e a apresentadora Xuxa Meneghel, além de instituições como a Fiocruz e o Instituto Butantan, que foram cruciais na produção de vacinas durante a pandemia. A condecoração destaca o papel fundamental de diversas pessoas e entidades no avanço da saúde pública.

A medalha Oswaldo Cruz destaca a importância do trabalho realizado por indivíduos e instituições na promoção da saúde. No entanto, o alerta de Átila Iamarino sobre a persistência da desinformação é um lembrete crucial para a sociedade. A falta de punição para disseminadores de informações falsas pode levar a graves consequências em futuras emergências sanitárias. O desafio permanece em garantir que lições da pandemia sejam aprendidas e aplicadas para proteger a saúde pública e combater a desinformação.

Fonte: Agência Brasil

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