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Em palestra na Católica Orione, neurocientista renomado aponta principais fatores da ansiedade

Dr. Fabiano de Abreu Agrela participou de uma palestra.

Por Redação
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31/08/2022 11h44 - Atualizado há 1 ano
Neurocientista, Dr. Fabiano Agrela, participou da palestra on-line da FACDO.

A Faculdade Católica Dom Orione (FACDO) de Araguaína promoveu na última segunda-feira (29/08) uma palestra on-line para discutir sobre os problemas psicológicos que envolvem a humanidade neste período de pandemia. 

Os palestrantes Dr. Fabiano de Abreu e Dr. Rodolfo Petrelli se uniram à comunidade através de um bate-papo sobre temas relacionados aos transtornos emocionais que são ligados à tecnologia e também ao cotidiano de forma geral.

Foi um momento muito importante para os estudantes da instituição, para os colaboradores e também para as pessoas da comunidade que estiveram presentes no evento. Percebe-se uma grande valiosidade no tema abordado, bem como na necessidade do público em ouvir tais palavras, que foram de acolhimento, ensinamento e principalmente de aconselhamento”, explicou a coordenadora do evento.

MAL DO SÉCULO?

O Brasil é o país com o maior número de profissionais de psicologia no mundo, mas esse grande número de psicólogos reflete um problema profundo da sociedade brasileira, os transtornos mentais.

Segundo o PhD em neurociências, o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, na palestra “Pandemia da saúde mental: O adoecimento coletivo de uma geração” idealizada pela FACDO, os efeitos da pandemia na saúde mental da sociedade somente potencializaram os problemas gerados pelo próprio contexto social brasileiro. “A pandemia em si, o confinamento, aumentou a ansiedade e fez com que vários problemas fossem desenvolvidos de forma mais precoce”, diz ele.

De acordo com o Dr. Fabiano, a sociedade gera pressões que estimulam o estresse e a ansiedade, que culminam na necessidade de uma válvula de escape, os smartphones, criando dependência das micro-doses de dopamina que ele ajuda a liberar.

Um dos principais fatores que tornam a sociedade brasileira a mais ansiosa do mundo é a violência. A ansiedade é uma pendência, faz parte do instinto, por isso, uma sociedade mais violenta gera uma sociedade mais ansiosa, é muito fácil refletir sobre isso, quando você está dormindo, escuta um barulho e já imagina que pode ser alguém tentando invadir a sua casa, isso faz com que sua ansiedade aumente”, frisa.

COMPETITIVIDADE GERA ANSIEDADE

Além disso, a competitividade em que a sociedade está inserida estimula uma busca crescente por status social, que gera uma ansiedade por resultados e pode ajudar a aumentar o estresse.

Um indivíduo ansioso e estressado tende a buscar recompensas rápidas e fáceis para “anestesiar” a sua ansiedade e toda a atmosfera negativa que ela traz, para isso, ele recorre a uma fonte aparentemente inesgotável de dopamina, as redes sociais.

É muito fácil se conectar ao Instagram, ao TikTok, para postar uma foto e acreditar que as pessoas te aceitam, é uma insegurança que aumenta cada vez mais e estimula a sua ansiedade. Quando você espera a recompensa por uma foto postada, ela nunca será igual, a mesma foto, no mesmo local, sob as mesmas circunstâncias não liberam a mesma quantidade de dopamina, gerando a necessidade de uma busca incessante por mais recompensas, criando um vício”, afirma o Dr. Fabiano.

O isolamento causado pela pandemia não foi o principal fator responsável por gerar a sociedade ansiosa, estressada e narcisista que vemos hoje, apenas acelerou os resultados das pressões sociais que nosso cérebro não é capaz de lidar.

A sociedade e a tecnologia evoluem em uma velocidade muito acima do cérebro, por isso, ele não consegue “decodificar” corretamente a interação com telas, por exemplo, por isso, é importante cultivar um estilo de vida mais simples e primitivo, priorizando coisas simples, fé, evitando os falsos prazeres trazidos pelas redes sociais, essa é a chave para se “blindar” dos transtornos mentais causados pela sociedade.

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