<div style="text-align: justify;"> <span style="font-size:14px;"><u><strong>Da Redação</strong></u><br /> <em>Portal AF Notícias</em><br /> <br /> O empresário Marcos Vinícius Ribeiro, proprietário da MVL Construtora, empresa responsável pelas obras de reforma e ampliação da Câmara Municipal de Araguaína, recebeu nossa equipe de reportagem na manhã desta sexta-feira (22) para apresentar documentos sobre o contrato, questionar algumas informações divulgadas pelos vereadores e esclarecer os motivos da paralisação.<br /> <br /> A visita também foi acompanhada pelo vice-prefeito Fraudineis Fiomare (PMDB), que exercia a função de Diretor Administrativo da Câmara à época da licitação.<br /> <br /> Apesar de o empresário ter comunicado oficialmente a paralisação da obra, a reportagem constatou diversos funcionários trabalhando internamente no prédio. <br /> <br /> <u><strong>Acessibilidade</strong></u><br /> <br /> Marcos contestou a informação de que o prédio não possui acessibilidade, principalmente aos cadeirantes, e levou a reportagem ao local onde será implantado mais um elevador, agora no novo prédio. Com este, a Câmara passará a ter dois elevadores em operação. O empresário mostrou ainda um terceiro banheiro que foi pensado exclusivamente para atender pessoas com deficiência. <br /> <br /> <u><strong>Início das obras</strong></u><br /> <br /> O empresário mostrou também todos os documentos referentes à obra, desde o processo licitatório aos pagamentos efetuados, e reclamou de alguns que estão pendentes. Conforme o contrato, a ordem de serviço para início das obras só foi assinada em 22 de junho de 2012, dando prazo de 240 dias para conclusão, ou seja, com término previsto para hoje, 22 de fevereiro.<br /> <br /> Ainda de acordo com o empresário, foram feitos dois processos licitatórios para a obra: o primeiro no valor de R$1.196.951,88 e o outro de R$ 420.392,46. <em>“Do primeiro contrato gastamos R$ 845 mil de materiais e os outros R$ 140 mil são de BDI </em>[Bonificação de Despesas Indiretas]<em>, que incluem o pagamento dos impostos estaduais, municipais e federais, além do lucro da empresa.”</em>, explicou.<br /> <br /> Segundo Fraudineis Fiomare, para evitar que fossem feitos aditivos, a gestão passada da Câmara optou fazer um novo processo licitatório e assinar outro contrato para que pudessem ser realizadas melhorias como a troca do piso do plenário, forro, parte elétrica, nivelamento de piso, implantação de fios de câmara de segurança, TV e internet, dentre outros serviços. <em>“Houve também alguns imprevistos como a enorme quantidade de areia embaixo do piso do plenário e toda a fiação que estava solta fora do forro”</em>, explicou.<br /> <br /> <u><strong>Embargo da obra pelo Ministério Público do Trabalho</strong></u><br /> <br /> O empresário garantiu que não há atrasos na obra. Conforme documentos, o 2º contrato estabelece mais um prazo de 240 dias contados a partir de 07 de dezembro de 2012, tendo previsão de término apenas para agosto de 2013. O que havia, segundo ele, era um acordo para entregar a obra em 31 de dezembro, mas ocorreram imprevistos como o embargo por mais de 40 dias pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e o aumento dos serviços contratados.<br /> <br /> Conforme explicação, o embargo ocorreu por causa da rede de energia elétrica que passava muito próximo ao local de trabalho. Em decorrência disso, a obra ficou paralisada de 12 de setembro até 22 de outubro, período em que a Celtins providenciou a remoção da rede de eletricidade cobrando ainda um valor de R$ 25 mil pelos serviços.<br /> <br /> O Ministério Público Estadual, através do promotor Alzemiro Freitas, também está acompanhando a ação e já requisitou, em 13 de setembro de 2012, toda a documentação da obra, mas até o momento não emitiu nenhum parecer. <br /> <br /> <u><strong>Valores já recebidos e em atrasos</strong></u><br /> <br /> O empresário também apresentou os documentos referentes às medições e valores já recebidos pelos serviços. Do 1º contrato, a prefeitura efetuou o pagamento de R$ 791,8 mil, correspondente a 66% do total.<br /> <br /> Outras três medições foram realizadas, mas os pagamentos estão em atrasos, perfazendo um valor de R$ 366,5 mil, fato que motivou a paralisação. <em>“Tentamos entregar três vezes as medições para a atual gestão, mas eles não receberam”</em>, disse. Com isso, Marcos encaminhou um oficio à Câmara, em 06 de fevereiro, comunicando os atrasos nos repasses e paralisação da obra. <em>“A prefeitura informava que não havia fiscais para atestar e fiscalizar a obra”</em>, afirmou.<br /> <br /> <u><strong>Aditivos</strong></u><br /> <br /> O empresário argumentou que o aditivo solicitado no valor de R$ 170 mil será necessário para cobrir alguns imprevistos, além das modificações propostas pelos novos vereadores. Nesta planilha está inclusa uma calçada com pedras portuguesas no valor de R$ 34 mil. A tabela de custos está em análise pelos vereadores.<br /> <br /> <u><strong>Questionamento dos vereadores</strong></u><br /> <br /> Quanto aos questionamentos em relação aos supostos atrasos nas obras, Marcos disse que muitos ainda estão indecisos sobre o que deve ou não ser modificado na Câmara. <em>“A paralisação também serve para eles decidirem o que quer. Só ficavam questionando. Assim eles estão é atrapalhando o andamento das obras”, </em>justificou. <br /> <br /> <u><strong>O outro lado</strong></u><br /> <br /> A prefeitura afirmou ao <em><strong>Portal AF Notícias</strong></em> que todas as medições já realizadas estão em processo de análise pelos fiscais da prefeitura, após a conclusão serão efetuados os repasses financeiros à empresa. A prefeitura esclareceu ainda que a iniciativa de parar a obra foi da própria empresa. <em>“Não houve nenhum pedido por parte da Câmara ou Prefeitura”</em>, afirma.<br /> <br /> Sobre as medições, a assessoria disse que foram feitas ainda na gestão passada e sem acompanhamento dos fiscais da prefeitura. <em>“As fiscalizações estão sendo realizadas e nunca pararam, mas temos que fazer de maneira correta para que depois não apareçam rachaduras e sermos questionados por isso”</em>, justificou.</span></div>