<div class="conteudo"> <p> <span style="font-size:14px;">Ao conviver com estruturas simples, mas que não excluíam situações para enfrentamento de problemas complexos, a segurança pública é uma área que também teve de superar adversidades, desde o ato de emancipação do Tocantins à incorporação de novas tecnologias, para auxiliar no contínuo processo de sua consolidação.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Para alcançar o atual estágio de evolução pelo reconhecimento de estar entre os 10 Estados que mais proporcionam segurança ao cidadão, foi necessário o lado abnegado e idealista de seus profissionais. De agentes, escrivães, peritos, legistas, papiloscopistas, delegados, coordenadores, superintendentes, secretários adjuntos a secretários, e demais servidores da pasta da SSP - Segurança Pública.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Delegado de carreira da estrutura inicial da SSP, Nelson Tavares, superintendente da Polícia Técnico-Científica, e que na época tinha a denominação de Coordenadoria, conta que em fevereiro de 1989, incumbido pelo governador Siqueira Campos, teve “a oportunidade de ver as coisas serem implantadas, e cada vez mais evoluindo dentro da SSP”. Algo, porém, amarrava de certa forma o processo, como ressalta o delegado.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Como a Coordenadoria era vinculada à Polícia Civil, aquela precisava de estar ligada diretamente à Diretoria Geral de Polícia, numa garantia de atuação mais autônoma e isenta, fato que se daria a partir de junho de 1995. A medida, conforme ele, viria tornar mais célere o trabalho do perito criminal no levantamento e encaminhamento do inquérito policial ao Judiciário. Uma fase em que na repartição, edificada em madeirite, bem como a maioria, não existiam móveis, nem equipamentos próprios. Uma época em que começaram a ser estruturados, pela ordem, o IML – Instituto de Medicina Legal, o Instituto de Criminalística e o Instituto de Identificação, vindos a ser inaugurados pelo Governo do Estado, conjuntamente com os laboratórios afins. Trabalho que desde o início do surgimento do Estado teve a participação de importantes parceiros como a Unitins – Universidade do Tocantins, dentre outros.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;"><strong>História de abnegados</strong></span></p> <p> <span style="font-size:14px;">”Na verdade é uma história de abnegados”, como define o superintendente, para adiantar que a luta não cessaria e, em setembro de 2011, foi designado pelo Governador, junto com o secretário da SSP à época, a angariar recursos junto a instituições financiadoras para instalar o equipamento de laboratório do requisitado exame de DNA, e mais oito equipamentos de que ainda havia carência na pasta.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Daí, o trabalho seguiria com perspectivas ampliadas. Para o próximo ano, o superintendente faz questão de enfatizar que já foram realizados processos licitatórios, com investimentos de cerca de R$ 2,5 milhões, para as áreas de Genética Forense e do Instituto de Criminalística a serem contempladas. “Estaremos atendendo plenamente ao Legislativo, ao Judiciário e Ministério Público quanto aos serviços solicitados”, diz o superintendente.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">São avanços que, conforme atesta, demandam recursos técnicos mais sofisticados para o norte e o sul do Estado expedirem com precisão, por exemplo, atestados de antecedentes, certidão criminal e outros. Para isso, o Governo do Estado, em parceria com o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social deve aplicar mais de R$ 7 milhões em tecnologia de última geração, como o Afes, programa dentre os mais avançados do país e do mundo, na área, atendendo a uma demanda de armazenamento de dados impressionante, quase infinita.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Delegado que também marca fortemente sua presença nos quadros da SSP tocantinense e que já ocupou diversos cargos de direção na estrutura da Secretaria de Segurança Púbica, inclusive o de secretário de Justiça e Cidadania, Djalma Leandro, começou muito cedo a desenvolver funções de comando, hoje dirigindo a Acadepol – Academia de Polícia. </span></p> <p> <span style="font-size:14px;"><strong>Curso no Canadá e EUA</strong></span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Como ainda não havia sido realizado concurso público no recém-criado Estado, os primeiros funcionários eram comissionados. Depois do primeiro curso de formação de delegados e de escrivães e agentes, com respectivas formaturas acontecendo em Colinas e Guaraí, a Academia se instalaria em Taquaruçu, com sua unidade de ensino policial e autonomia própria. Trabalho persistente que propiciava a que, em 2002, cinco delegados de carreira passassem por curso de formação em Toronto, Canadá e Nova Iorque, Estados Unidos.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Ele afirma que o Governo estadual não tem poupado esforços em levantar recursos para investimentos em qualificação profissional para os policiais e demais servidores da Secretaria de Segurança Pública. A começar pelo prédio da Academia, que está recebendo reforma geral, ganhando alojamento, cozinha, laboratório, biblioteca virtual, telecentro, sala para condicionamento físico e espaço simulador de tiro. “Essa evolução mostra que a Academia deve ser vista como unidade de ensino de curso superior”, analisa.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Outro profissional de reconhecido trabalho nos quadros da segurança pública do Estado nestes 24 anos de emancipação política, é Reginaldo de Menezes Brito, que com vocação à flor da pele se mostra indiferente às agruras que tinham de enfrentar, como distâncias longas em estradas de terra, com lama ou poeira e outros obstáculos.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;"><strong>Disquete vindo de Goiânia</strong></span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Tempo em que era preciso buscar em Goiânia os programas em disquete para aqui serem abertos e processados. Apenas aproveita para comparar o grau das operações realizadas. “A alta tecnologia de hoje com a que não existia na época”, diz ele, que como seus colegas tem um rol de centenas ou milhares de ações, mandados de prisão, de apreensão de bens e outras diligências pelo interior do Estado e do país. Porém não deixa de serem relevantes certas passagens que vivenciaram. “Cada policial carregava consigo um saco de fichas telefônicas pelas regiões do Estado para atuar nas operações”, rememora. Era a geração analógica que, para realizar interceptações e detectar os autores de atos infracionais, o que atualmente são feitas com equipamentos modernos, utilizava-se o gravador de pilha tamanho tijolo.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;"><strong>O primeiro furto de veículo</strong></span></p> <p> <span style="font-size:14px;">“Era um trabalho policial feito com muita vocação, muito amor”, conta. Daquela ‘safra’, podem ser mencionados alguns destacados policiais civis como Marcos Portilho, Alexandre Guimarães, Zilmondes e outros tantos. Uma geração que formou escola e que ele bem resume: “hoje é um grupo de policiais pequeno, mas de qualidade profissional”, atesta.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Tanto que numa dessas buscas e trabalho de inteligência foi feita na época uma entre as maiores apreensões de quantidades de drogas já ocorridas na história do Estado, ou numa operação policial a roubo de banco em Palmas, quando três membros da quadrilha foram presos. Dois em Palmas e um Porto Nacional. No começo de Palmas, recorda o delegado Reginaldo, que as operações em ferros-velhos estavam sempre na agenda.</span></p> <p> <span style="font-size:14px;">Mas o fato bizarro pode ser creditado no primeiro furto de veículo ocorrido na nova capital, o de uma Veraneio. O responsável pelo furto, que não sabia dirigir carro, contratou um motorista para fazer o chamado bota-fora. Só que a batida policial foi eficiente e quando menos o ladrão esperava, em Barreiras (BA), de imediato, recebeu a voz de prisão junto com o mandado de busca e apreensão do veículo, expedido pelo juiz. (Assessoria)</span></p> </div>