Bastidores da política

A pré-candidatura de Dimas: o racha na Bancada e a ameaça que Siqueira representa a Vicentinho

Por Redação AF
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28/11/2017 16h54 - Atualizado há 5 anos
O senador Vicentinho (PR) lançou oficialmente o prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR), como pré-candidato ao Governo do Estado. Na Tribuna da Câmara nesta segunda-feira (27), o filho deputado federal Vicentinho Júnior (PR) reforçou a pré-candidatura do gestor araguainense. Nos bastidores é dito que tudo começou com o jogo que envolve os prefeitos do Estado. A vice-governadora Cláudia Lélis (PV) estaria extremamente chateada com Vicentinho Jr, por suas investidas em gestores da sua base. Já Vicentinho Jr estaria reclamando das investidas da deputada federal e primeira dama Dulce Miranda (PMDB). A Bancada que estava visivelmente rachada apenas em relação à Kátia Abreu (Sem partido) e Irajá Abreu (PSD) mostrou uma nova fissura, que se desenhou nas movimentações políticas no Estado. No entanto, o principal fator que fez o senador Vicentinho colocar as mangas de fora de forma tão antecipada tem nome e sobrenome: Siqueira Campos (DEM). A pressa de Vicentinho ficou ainda mais evidente diante do absoluto e estranhíssimo silêncio de Dimas, que nem mesmo sabia do lançamento de sua pré-candidatura. Até então, quando o nome do ex-governador ao Senado era apenas ventilado – e ninguém acreditava na possibilidade dessa candidatura – o cenário político para Vicentinho ao lado do governador, Marcelo Miranda (PMDB), era o mais confortável. Já com a filiação de Siqueira ao DEM, ocorrida este mês, as coisas mudaram. E mudaram muito. Vicentinho viu no horizonte a possibilidade de não ser reeleito. Antecipar o debate  foi o caminho encontrado para dar um novo rumo ao processo eleitoral do próximo ano. Para o atual senador o cenário mais confortável com a candidatura de Siqueira poderia ser, ironicamente, ao lado do próprio Siqueira. Uma questão de agregabilidade de votos. Toda essa movimentação deixou ainda mais claro, nomes de destaque – e viáveis – que têm interesse em se candidatar ao Governo. Se é estratégia política ou não, o nome do atual governador é o único que ainda é uma incógnita. Marcelo não deixou claro até então se é candidato à reeleição ou se vai ao Senado. Essa decisão é uma das poucas necessárias para que a peneira política comece a separar os verdadeiros candidatos. Basta saber se essa demora de Miranda vai trazer mais benefícios ou prejuízos. Aliados já devem estar nos cantos do Palácio, em polvorosa. ARAGUAÍNA Na política, uma coisa puxa a outra. A vontade de Dimas em ser governador é visível, embora prefira manter o silêncio e aguardar que as coisas aconteçam naturalmente. Mas é preciso saber se seu grupo político, não entrando nessa seara o deputado estadual Elenil da Penha (PMDB), e o povo de Araguaína aceitariam de braços abertos o vice Fraudineis Fiomare como gestor municipal. É uma questão que precisa ser resolvida internamente. Também não é nada confortável trocar o certo pelo duvidoso, tendo que renunciar em abril do próximo ano e deixar de administrar uma cidade em franco crescimento, com cerca de R$ 200 milhões para serem investidos nos próximos anos - dinheiro fruto de financiamento internacional do próprio município. Outra questão é onde o deputado federal César Halum (PRB) se encaixaria. Estar em uma chapa em que dois majoritários são oriundos de Araguaína não seria um bom caminho para o parlamentar. Além do mais, é muito difícil ver no futuro os dois no mesmo palanque. Até porque Halum tem hoje o apoio do deputado Lázaro Botelho, que já definiu sua candidatura à reeleição e é adversário político de Dimas em Araguaína. Lázaro possui bom trânsito com praticamente todas as principais lideranças do Estado, mas fazer parte de uma chapa em que o governadoriável é o prefeito de Araguaína, que também sonha em lançar seu filho a uma vaga na Câmara dos Deputados, não seria a melhor escolha. Também não é 100% certo de que Halum estará na chapa de Marcelo Miranda. Ele garante que está livre para escolher seu destino. Além disso, não podemos esquecer que Carlos Amastha (PSB) e a senadora Kátia Abreu também estão no páreo. E se muita coisa mudou ainda em novembro, vamos aguardar os "presentes" que o natal trará para o cenário político tocantinense.

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