Documento elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) determina aos gestores do Tocantins que adotem providências para a realização de concurso público para contratação de assessor jurídico, contador, médico e demais profissionais da saúde em 2018. Com a medida, os gastos com estas funções passam a contar como despesas de pessoal, tendo implicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM) e prefeito de Brasilândia, João Emídio de Miranda, ressaltou que o entendimento do Tribunal de Contas "preocupa muito" os gestores, principalmente aqueles de cidades pequenas, com baixo orçamento. Além do temor em atingir o limite prudencial - até 54% da Receita Corrente Líquida com pessoal -, há críticas quanto ao prazo para implantação da medida e os cargos exigidos pelo TCE.
“Nós vamos discutir com o Tribunal de Contas. Achamos o prazo curto, os prefeitos que estão entrando só terão 2o17 para implantar”, afirmou o presidente da associação, que passou a questionar as funções determinadas pelo órgão para virarem efetivos.
“Contador e assessor jurídico são cargos de confiança do prefeito. Fica difícil, não é um cargo comum. A contabilidade do município é uma matéria que tem sequência, mas o contador tem que ser de confiança”, defendeu.
Finanças João Emídio de Miranda admitiu que cargos de médico e profissionais da saúde já não são de confiança do gestor, mas voltou a elencar o problema financeiro, já que são de alto salário. “
O problema de médico é que é muito caro, tira oportunidade dos municípios de contratar outros serviços essenciais. Você tem um limite para obedecer, de 54% [da RCL]. Quando começa a colocar na folha esses cargos com remunerações mais altas, vai gastar o limite todo com isto”, argumenta. Apesar da decisão da Corte de Contas, João Emídio de Miranda informou que vai aguardar chegar janeiro para iniciar o diálogo com os conselheiros, já que a medida vai impactar apenas os eleitos e reeleitos. “
Este assunto não interessa os gestores que estão deixando o mandato”, resumiu. O presidente da associação ainda espera sensibilizar o TCE sobre a questão. “
O que vai resolver é o Tribunal entender que os pequenos municípios do Estado não podem comprometer a sua receita com estes cargos”, concluiu.
(Ascom - ATM)