Relatório do COAF

Botelho teria recebido 10 cheques no valor de quase R$ 1 milhão de empreiteira investigada pela PF

Por Redação AF
Comentários (0)

18/10/2016 08h42 - Atualizado há 5 anos
O nome do deputado federal Lázaro Botelho (PP) aparece em um relatório do COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, utilizado pela Polícia Federal na Operação Ápia, por ter supostamente recebido quase R$ 1 milhão em cheques de uma das empreiteiras investigadas por suspeita de integrar um quartel de fraude e direcionamento de licitações de terraplanagem e pavimentação asfáltica em rodovias estaduais do Tocantins. A investigação refere-se à empresa EPENG Projetos de Engenharia Ltda, que possui conta bancária no HSBC de Araguaína. Segundo o COAF, o deputado federal procurou pessoalmente uma agência bancária em Araguaína com 10 cheques de R$ 99 mil reais cada um e queria fazer depósitos em contas distintas. Na época, o parlamentar concorria à reeleição de deputado federal. Ainda segundo o COAF, os cheques totalizavam quase R$ 1 milhão, todos em nome da empreiteira EPENG. Ao ser informado pelo gerente do banco que não poderia fazer depósitos sem identificação, o deputado teria dito que "transformaria os cheques em dinheiro na praça". Apesar disso, o COAF não detectou movimentações financeiras em conta do parlamentar. A EPENG faz parte de um cartel de empreiteiras suspeitas de participar de fraudes em licitações. A empresa foi responsável pela obra inacabada de pavimentação da TO-010, entre Ananás e Araguatins, que está paralisada desde agosto de 2014, com contrato no valor de R$ 89 milhões. A empresa chegou a receber R$ 35,4 milhões do Governo do Estado. Desse valor, R$ 9,5 milhões teriam sido desviados para enriquecer a empresa de forma ilícita. A empresa pavimentou apenas 10 km dos 80 km que estavam previstos. A análise do COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras utilizada pela polícia federal revelou que a empresa EPENG fez movimentações bancárias atípicas entre junho e outubro de 2014, quando recebeu os R$ 35 milhões. A empresa fez sucessivos saques em espécie e transferências para contas de pessoas físicas que aparentemente não tinham nenhuma relação com a empresa, em valores de R$ 100, R$ 300 mil e até R$ 600 mil. O Ministério Público Federal não repassou mais detalhes devido as investigações estarem sob sigilo. O outro lado

Em nota, o deputado Lázaro Botelho afirmou que não foi procurado pelas autoridades competentes e que não teve acesso a qualquer informação oficial que relacione seu nome às investigações conduzidas pela Polícia Federal.

Na nota, o Deputado reforça ainda que não há qualquer ligação entre ele e a empresa Epenge; que não recebeu quaisquer valores ou vantagens por parte da referida empresa; e que não procede a afirmação de que teria procurado uma agência bancária, na tentativa de depositar cheques emitidos pela empresa.

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.