Política internacional

Vaticano desmente PT e diz que papa Francisco não enviou rosário a Lula

Por Agnaldo Araujo
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12/06/2018 14h55 - Atualizado há 6 anos
O Vaticano desmentiu o Partido dos Trabalhadores e afirmou que a tentativa do advogado argentino Juan Grabois em visitar o ex-presidente Luz Inácio Lula da Silva foi uma 'ação pessoal' e não em nome do papa Francisco. Juan Grabois tentou visitar Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba na tarde desta segunda-feira (11), mas foi impedido. O PT havia anunciado em seu site que ele era um "emissário do papa". A manifestação do Vaticano ocorreu através de uma nota nesta terça-feira (12) e divulgada pelo Uol Notícias A nota, publicada pelo site Vaticanews responsável pela comunicação oficial da Santa Sé, afirma ainda que o rosário que Grabois tentou entregar ao petista foi "abençoado" pelo papa, mas não enviado por ele. Nesta segunda, logo após Grabois ser impedido de visitar Lula, o argentino afirmou em espanhol, durante entrevista coletiva na porta da PF, que o rosário havia sido abençoado pelo papa. Na tradução simultânea da entrevista, porém, um assessor do PT repassou aos jornalistas que o rosário havia sido "um presente do papa". Na ocasião, Grabois não corrigiu nem concordou com a declaração. O argentino disse ainda que tentava transmitir "a palavra do papa Francisco" - sem especificar, no entanto, se era uma mensagem específica ao ex-presidente preso - e se identificou como fundador do movimento dos trabalhadores excluídos e consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz –consultoria que, segundo o Vaticanews, ele não integra mais. Nesta terça, a assessoria do acampamento do PT em Curitiba informou que o rosário foi entregue a Lula por intermédio de seus advogados. Procurada, a assessoria de imprensa do PT nacional preferiu que a assessoria de Lula se manifestasse. A assessoria do ex-presidente informou que a "nota do Vaticano se baseia na fala de Grabois" na entrevista que ele concedeu ontem e que "a informação da origem do rosário [chegou ao partido] do próprio Grabois." A assessoria do ex-presidente disse ainda que o texto nas redes sociais de Lula foi alterado "diante de informações contraditórias". Advogado foi barrado Grabois tentou visitar o ex-presidente na tarde desta segunda, mas, segundo ele, sua entrada foi impedida por autoridades da PF, que argumentaram que o consultor não poderia visitar o ex-presidente "por não ser um sacerdote consagrado". Na sede da PF, o ex-presidente está autorizado a receber visitas para "assistência espiritual" às segundas-feiras. Segundo a corporação, o direito não é exclusivo de Lula e vale desde 2015 para presos no local. Entre os visitantes que já se encontraram com Lula para "assistência espiritual" na prisão estão o teólogo Leonardo Boff, o religioso Frei Betto e o monge Marcelo Barros. "Vim com muita esperança para trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e lamentavelmente, de forma um tanto inexplicável para mim, os funcionários da Superintendência, por uma ordem que entendi que vinha de cima, resolveram impedir a visita", disse Grabois em entrevista a jornalistas em frente à sede da PF. "Todos os batizados têm uma missão, são discípulos religiosos e têm uma missão a cumprir, então me surpreende que os funcionários [da PF] não saibam disso", afirmou.

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