Reforma trabalhista

Vicentinho vota favorável à reforma trabalhista; Kátia é contra e chama de 'governo corrupto'

Por Redação AF
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20/06/2017 16h04 - Atualizado há 5 anos
Os integrantes da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, numa reviravolta que surpreendeu os governistas, rejeitaram por 10 votos contrários e 9 favoráveis o relatório ao projeto da reforma trabalhista (PLC 38/2017).  A matéria agora segue para Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e depois segue ao plenário. O senador do Tocantins, Vicentinho Alves (PR), integrante da Comissão de Assuntos Sociais, votou a favor do relatório da reforma, mas acabou sendo derrotado. Já a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) criticou a proposta, classificando-a como "carta branca a um governo que não existe mais". Durante reunião da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, a parlamentar disse que a base governista está "amordaçada" diante dos escândalos de corrupção que atingem o Palácio do Planalto. A parlamentar, que apresentou 18 propostas de alteração à Reforma Trabalhista, criticou diversos dispositivos do texto, como a autorização para gestantes e lactantes trabalharem em local insalubre e o trabalho intermitente, no qual a prestação de serviços não é contínua, mas há subordinação. Kátia Abreu lembrou que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) condena essa modalidade no Brasil. “A OIT é claramente contra o trabalho intermitente, que deu errado no mundo inteiro e não será no Brasil que dará certo. Essa modalidade foi criada na Europa, onde as pessoas empregadas têm permanência muito maior do que no Brasil. Aqui, há uma atividade muito cíclica de emprego e desemprego”, explicou. A senadora ainda criticou o silêncio da atual base governista diante dos escândalos de corrupção que atingem diariamente o Palácio do Planalto. Para Kátia Abreu, os aliados do presidente Michel Temer não têm "condição moral de subir à tribuna e dizer que fazem parte de um governo corrupto". “Por que todos esses que criticaram tanto a Presidente Dilma e a corrupção que teria sido praticada pelo seu governo não fazem a mesma coisa agora? Por que não dizem uma palavra sequer? Por que não sobem à tribuna para fazer a sua verborragia, como fizeram no passado? Tantos heróis da honestidade, do caráter e da ética, que hoje estão todos murchos, calados e amordaçados”, criticou Kátia Abreu. O senador Paulo Paim (PT-RS) também afirmou que o texto é uma "traição ao povo brasileiro", pois o governo tenta "vender o céu" com uma proposta que não vai gerar emprego nem aumentar as contratações formais e só vai beneficiar o grande empregador. — Essa reforma é um cavalo de troia sim, bonito por fora e por dentro tem uma bomba que vai explodir com a vida do povo brasileiro. Faço um apelo aos senadores e senadoras, com todo o carinho que tenho por cada um deles, vamos rejeitar esse projeto aqui, é a única forma de conseguir um acordo. Rejeita aqui, ele vai para a CCJ e lá poderemos construir um acordo que evite tudo que dissemos aqui — disse. O discurso surtiu efeito, já que a base governista perdeu três votos: o senador Otto Alencar (PSD-BA), contrário à reforma, votou como suplente de Sérgio Petecão (PSD-AC), que estava ausente. Helio José (PMDB-DF) e Eduardo Amorim (PSDB-SE) foram os outros dois votantes que garantiram a rejeição do texto. O placar esperado pelo governo era de 11 votos favoráveis e 9 contrários, segundo o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

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