Assembleia Legislativa pode afastar Carlesse por 180 dias.
O deputado estadual licenciado Ricardo Ayres (PSB), atual secretário extraordinário de Parcerias Público-Privadas, pasta que era ocupada por Claudinei Quaresemin, o sobrinho do governador afastado, comentou sobre as ações do novo governo liderado por Wanderlei Barbosa e falou também em relação ao processo de impeachment contra Mauro Carlesse (PSL).
WANDERLEI: ELEIÇÕES 2022
Para Ayres, Wanderlei Barbosa é hoje um dos principais nomes na disputa pelo Governo do Estado em outubro.
“Pelo que o Wanderlei vem fazendo, ele governador ou não, coloca-se com muita força para disputar o governo e tem apoio muito grande na Assembleia e da bancada federal, justamente pelo que está construindo. Devolveu esperança às pessoas com a organização administrativa, vem planejando suas ações, cumprindo compromissos com servidores e recuperou a credibilidade do estado perante os órgãos de controle e a comunidade empreendedora. Isso demonstra a firmeza de propósito e caráter. Independente de governador ou não, ele conta com nosso apoio e a nossa colaboração”, declarou Ricardo Ayres em entrevista ao portal AF Notícias durante evento no Palácio Araguaia na tarde desta quinta-feira (3).
FUTURO DE CARLESSE
Questionado sobre a possibilidade de Carlesse continuar afastado mesmo após os 180 dias determinados pelo STJ, Ricardo Ayres afirmou que essa medida seria um 'curso natural' do processo de impeachment que tramita na Assembleia Legislativa.
"Pelo que se desenha na Assembleia Legislativa, já se formou uma maioria ampla a favor do impeachment e pela estabilidade do estado, justamente para que possamos fazer essa travessia desse momento delicado no estado em que um eventual retorno do governador Mauro Carlesse possa tornar ainda mais difícil a boa governança. Acredito que é algo natural [o afastamento por mais 180 dias] e que vai depender da Assembleia Legislativa, mas já temos uma maioria bem consolidada. Acredito que seja afastado novamente, não posso dizer pelo Tribunal de Justiça, mas pela Assembleia, acredito sim", afirmou.
ENTENDA
A Comissão Especial de Impeachment decide nesta quinta-feira (3) se aprova ou não o andamento do processo de cassação do governador afastado Mauro Carlesse (PSL).
Caso o parecer do relator Júnior Geo (Pros) seja aprovado na Comissão, o mesmo será submetido a votação em plenário já na próxima sessão ordinária da Assembleia, na terça-feira (8/3).
Antes da votação, o presidente da Casa vai abrir o uso da palavra para o advogado Evandro de Araújo, autor do pedido de impeachment, e para a defesa do governador afastado, durante 15 minutos, cada. Em seguida, o relator terá 20 minutos para apresentar seu parecer.
Na sequência, vão poder se manifestar sobre o relatório três deputados estaduais por bancada. Ao todo, são cinco bancadas de parlamentares, o que significa que até 15 dos 24 deputados estaduais poderão falar por até 20 minutos, sendo proibido o encaminhamento de voto.
Encerrada a discussão, o relatório será submetido à votação. Para ser aprovado, são necessários votos de dois terços dos deputados (16 votos, no mínimo), em dois turnos de votação.
Se o processo for aprovado nesta fase, o presidente da Assembleia emitirá o Decreto Legislativo que afastará o governador Mauro Carlesse por 180 dias. Isso significa que mesmo que acabe o prazo do afastamento determinado pelo STJ ou que a Justiça reveja a medida e a suspenda, o governador seguirá afastado do Palácio Araguaia por causa da decisão da AL.
Após isso, será formada uma comissão julgadora (Tribunal Misto), com cinco deputados e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça. Será esta comissão que decidirá pela cassação ou não do mandato de Carlesse.