Não será surpresa se Marcelo Miranda reviver a parceria com o PV de Lelis.
A Carta Aberta do ex-prefeito de Palmas, Raul Filho (MDB), informando que não conseguiu a decisão judicial que traria segurança jurídica à sua candidatura, abre um leque de possibilidades. O MDB aguardava por essa sentença. Uma das líderes do partido, a deputada federal Dulce Miranda, inclusive, já havia deixado claro que Raul Filho só seria candidato pelo partido se não houvesse entraves jurídicos.
Em suma, se a TRF da 1ª Região não se posicionou até o momento, o melhor e mais sensato é mesmo procurar outra alternativa.
A volta de Marcelo Miranda expõe, de vez, os fragmentos
Mas nas entrelinhas, a pergunta é: para onde vai o MDB? Abalado pela troca no comando do partido, uma vez que o ex-governador Marcelo Miranda reassumiu a sigla nessa quarta-feira (9), a trilha a ser seguida pelos ‘modebas’ nas eleições de 2020 em Palmas, ainda é uma incógnita.
Não é segredo para ninguém que o MDB sempre foi cheio de alas e fragmentos. Basta verificar as recentes ocorrências no diretório de Gurupi, para constatar que há vários grupos dentro do MDB tocantinense. Por lá, os vereadores de mandato não queriam a dissolução do diretório, para acompanhar a candidatura a prefeito do ex-presidente Walter Junior, hoje no PSD; outro grupo quer entregar o partido ao pré-candidato Gutierres, sobrinho do prefeito Laurez Moreira; enquanto outros – por antigos laços de afinidade – querem entregá-lo ao grupo da ex-deputada federal Josi Nunes. Na verdade, o que eles chamam de democracia, é na verdade, um “balaio de gatos”.
Não será surpresa se Marcelo Miranda reviver a parceria com o PV de Lelis
Mas especificamente em Palmas, há várias nuances, diante do regresso de Marcelo Miranda ao cargo de presidente estadual, cumulado com a desistência de Raul Filho.
O ex-governador tem fortes ligações com o PV, presidido pela deputada estadual Claudia Lelis, que era sua vice-governadora. Há compromissos e elos entre ambos, firmados quando ainda governavam o Estado do Tocantins e isso também não é segredo. A parceria PV/MDB é antiga e não seria surpresa se Marcelo Miranda encaminhasse o partido – e os três vereadores de mandato (Rogerio Freitas, Lucio Campelo e Diogo Fernandes) – para uma aliança com o pré-candidato do PV, Marcelo Lelis.
Se Gomes emplacar aliança com Cinthia, o que fazer com o DEM?
Por outro lado, não se pode desprezar a força do senador Eduardo Gomes, o maior líder do presidente no Congresso Nacional. Atualmente, é o político tocantinense de maior expressão.
E se Gomes insistir em levar o MDB para a chapa prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB)? Essa possibilidade não está descartada, visto que a influência de Gomes na Executiva nacional do partido é algo que não pode ser desconsiderado.
Mas, neste caso, cria-se outro problema para ser decidido rapidamente: no caso do MDB apoiar Cinthia, certamente a vaga de candidato a vice-prefeito será pleiteada. O que fazer com o DEM, presidido pela deputada Professora Dorinha, que já recebeu a garantia da vaga de vice?
Enfim, esse jogo de articulações e especulações só vai se encerrar em 16 de setembro, data final das convenções partidárias.