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Muito sincero, velho Siqueira revela nome do seu 'único inimigo' para que sirva de exemplo

"O Velho Siqueira continua com o coração para todos e muito sincero", disse.

Por Arnaldo Filho 5.923
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16/07/2019 15h26 - Atualizado há 4 anos
Siqueira Campos pediu que ninguém siga os rumos de Filinto Müller

Para muitas pessoas, a sinceridade do velho Siqueira é uma grande virtude, embora o meio político não tenha a mesma percepção.

Nesta terça-feira (16), durante sessão especial de posse como senador da República, o ex-governador do Tocantins até pediu desculpas pela sinceridade, pela falta de educação e de postura, mas foi sincero, como de costume.

Na presença de muitas autoridades que prestigiavam sua posse, Siqueira Campos revelou que teve um "único inimigo" no Senado Federal durante sua longa trajetória política e fez questão de revelar o nome para que ninguém siga o mesmo caminho.

“Eu tive um único inimigo no Senado. Um único inimigo e peço a Deus pela sua alma. Que todas as coisas deem certo. Mas lamento a sua atuação no panorama nacional e é por isso que vou citar o nome dele para que sirva de exemplo, para que ninguém siga os rumos de Filinto Müller. Ele fez alguma coisa boa? Deve ter feito, num sei, não conheço, mas deve ter feito. No entanto, uma convivência muito difícil e uma ação sempre distorcendo aquilo que um homem público tem que conservar e conduzir”, afirmou Siqueira, que completará 91 anos no dia 1º de agosto.

Pra finalizar seu discurso de posse, o agora senador da República disse que “o velho Siqueira continua com o coração para todos e muito sincero”.

Quem foi Filinto Müller?

Filinto Strubing Müller nasceu em Cuiabá, em 1900, pertencente a uma família de tradição na política matogrossense e serviu a quatro diferentes ditadores na história do Brasil, mandando torturar e matar suspeitos e adversários. 

Foi chefe da polícia de Getúlio Vargas, comandante da repressão, colaborou tanto com a ditadura do Estado Novo quanto com aquela instaurada em 1964, deixando um rastro de sangue pelo caminho. Filinto Müller, a certa altura, chegou a ser considerado “o homem mais perigoso do país".

O caso de maior repercussão foi o da detenção e deportação da judia Olga Benário, à época grávida de seu companheiro, o militante comunista Luís Carlos Prestes. Ela foi executada no campo de extermínio de Bern burg, na Alemanha, em 1942. 

Filinto Müller foi eleito quatro vezes senador pelo Estado de Mato Grosso entre 1947 a 1973. Entre 1969 e 1973, foi presidente da Arena, o partido de sustentação do governo no período militar.

Foi também Presidente do Senado em 1973 e morreu em julho de 1973 no aniversário dele num dos mais dramáticos acidentes aéreos da aviação internacional Voo Varig 820, no Aeroporto de Orly, em Paris. A aeronave realizou um pouso de emergência sobre uma plantação de cebolas em decorrência de um incêndio iniciado no banheiro e que chegou a invadir a cabine da aeronave. O incêndio, a fumaça e a aterrissagem forçada resultaram em 123 mortes, com apenas 11 sobreviventes.

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