O prefeito de Nova Olinda do Tocantins, José Pedro Sobrinho, foi condenado por ato de improbidade administrativa no Estado de Sergipe e terá os direitos políticos suspensos por cinco anos. Ele é acusado de ter sido sócio de uma empresa fantasma que causou prejuízos de mais de R$ 1,3 milhão aos cofres do município de Canindé de São Francisco.

A condenação do prefeito é assinada pelo juiz Sérgio Fortuna de Mendonça e foi proferida no dia 27 de fevereiro de 2020, em uma ação movida pelo Ministério Público do Estado de Sergipe.

José Pedro é o atual prefeito reeleito de Nova Olinda, onde cumpre mandato desde o ano de 2013.

Ele ainda foi condenado ao ressarcimento integral dos danos e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de 05 anos.

O MP de Sergipe afirma que a empresa Locaju Rent a Car, que depois passou a se chamar Locaju Empreendimentos Comerciais e Serivços Ltda, pertencia ao então prefeito de Canindé, Genivaldo Galindo da Silva, mas estava em nome de terceiros.

A referida empresa, com pouco tempo de criação, venceu vários processos licitatórios na prefeitura mediante fraude, segundo o MP, gerando enriquecimento ilícito do então prefeito e de seus assessores e secretários. Na época, os contratos atingiram o valor de R$ 1.351,503,50.

Conforme o Ministério Público, José Pedro era sócio da “empresa fantasma” e concorreu para a prática dos atos de improbidade administrativa.

"Repito que a comprovação da alegação ministerial se encontra cravada nos documentos de págs. 128-958, que atestam que o requerido foi realmente um dos sócios da empresa fantasma criada pelo então gestor municipal, com fim precípuo de causar prejuízo ao erário”, afirma a decisão, citando que havia um esquema de corrupção.

O processo tramita desde 2001 e ainda cabe recurso. Na ação, ele nega as irregularidades.

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MUDANÇA PARA BEM LONGE

José Pedro Sobrinho participou da gestão desastrosa do ex-prefeito Genivaldo Galindo lá pelos anos 2000 e depois resolveu se mudar para bem longe da cidade de Canindé do São Francisco.

A escolha foi Nova Olinda, uma pequena cidade no norte do Tocantins, onde virou político e prefeito por dois mandatos. Em 2018, ele ficou afastado do cargo por seis meses acusado de fraudes em licitações para locação de veículos e contratação de bandas.

PRISÃO DO EX-PREFEITO

Em setembro de 2018, o ex-prefeito Genivaldo Galindo foi preso pela Polícia Federal após ter sido condenado por roubo das urnas eleitorais em 1997, referente às eleições de 1996.

Na época, a contagem dos votos era manual. Em março de 1997, as cédulas que seriam recontadas foram roubadas do fórum na madrugada do dia 10 de março, por um grupo de pessoas que usavam uniformes militares. Os votos foram incinerados e as urnas destruídas.

Genivaldo Galindo já foi preso também em 2003, 2006 e 2010, acusado de crimes eleitorais, improbidade administrativa, desvio de verbas estaduais e federais, superfaturamento de obras, e ainda apontado como mandante de um crime de pistolagem que vitimou o radialista José Wellington Fernandes. O crime foi registrado na madrugada do dia 13 de março de 2002. O radialista retornava de uma festa quando, ao chegar na porta de casa, foi executado com um tiro de escopeta na cabeça.

O motivo do crime, segundo as investigações, seria o fato do radialista denunciar as irregularidades administrativas praticadas pelo então prefeito de Canindé de São Francisco, Genivaldo Galindo.