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Arnaldo Filho

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Política

Siqueira Campos fica feliz com retorno de Eduardo ao cenário político: 'você não decepcionará'

Eduardo Siqueira é pré-candidato a prefeito de Palmas.

Por Arnaldo Filho 2.063
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31/03/2023 14h05 - Atualizado há 1 ano
Eduardo Siqueira é pré-candidato a prefeito de Palmas em 2024

A pré-candidatura de Eduardo Siqueira Campos à prefeitura de Palmas em 2024 vai tomando corpo. Na semana passada, um vídeo em que o ex-deputado estadual resgata suas raízes e exalta seu amor pela cidade viralizou nos grupos de política. Nele, Eduardo mostra imagens de suas realizações enquanto prefeito da capital, ainda na década de noventa, e promete aos pais - José Wilson Siqueira Campos e dona Aureny - que está voltando "para colocar as coisas no lugar". 

A estratégia é inteligente. Eduardo é o herdeiro político nato do velho Siqueira Campos, um dos idealizadores do sonho denominado Tocantins e o fundador da capital do Estado. Logicamente, é natural que Eduardo explore essa condição de proximidade, com a finalidade de voltar ao cenário político. 

O 'bombardeio midiático' que visa consolidar essa retomada da carreira política de Eduardo teve seguimento nesta sexta-feira (31/3). Um vídeo em que Siqueira Campos reafirma ser "eleitor" de Eduardo espalhou-se pelas redes sociais como rastilho de pólvora, desde as primeiras horas da manhã.

Mesmo com saúde debilitada, porém muito lúcido, o "eterno" governador Siqueira disse estar entusiasmado com a iniciativa do filho de voltar para as atividades políticas, reafirmando que ele "está pronto para assumir novas responsabilidades". 

VEJA:

Saída do cenário político causou desconforto, trouxe hiato e dispersou grupo

Não é, de fato, qualquer um que tem um cabo eleitoral dessa envergadura. Siqueira Campos é a própria história do Tocantins. Muitos políticos também já "surfaram" na onda desse prestígio, entre os quais, candidatos a prefeito, deputados e senadores. 

Considerando que a Cinthia Ribeiro não disputará a eleição de 2024, não restam dúvidas de que Eduardo saiu na frente dos pretensos adversários. A declaração de seu pai demonstra confiança em sua capacidade de gestão, como também avaliza o pré-candidato para composições de grupo político, o que Eduardo, efetivamente, não possui neste momento.  

Aliás, o fato de não ter disputado a reeleição para deputado estadual em 2022 trouxe muitas dúvidas ao eleitorado sobre suas pretensões. Foi o cansaço? Foram problemas de saúde? Foram as decepções com o inevitável jogo político? Não ficou claro para a maioria.

A saída injustificada de Eduardo do cenário causou desgastes não apenas com os pares políticos, mas também com o eleitorado. Esse "abandono" das causas de interesse da sociedade gerou uma espécie ruptura entre o líder e seus liderados. A partir daí, quando questionados, muitos respondiam que Eduardo "cavou a própria cova" ou que "estava acabado", politicamente falando. À boca miúda, chegou-se até mesmo a ouvir: "não ganha mais nem para síndico de condomínio".

É necessário muito mais que sobrenome famoso para ganhar eleições

Mas em se tratando de política, as coisas não são bem assim e a maior prova disso é a última eleição, em 2022, do presidente Lula da Silva. Ele provou que é possível renascer das cinzas, feito fênix. Logo, é possível sim que Eduardo consiga voltar ao cenário político e, caso ganhe musculatura, até mesmo ser eleito.

Mas e os adversários? Muitos deles surgiram enquanto nosso personagem navegava em outros mares. Carlos Amastha (PSB), Prof. Janad Valcari (PL), Prof. Junior Geo (PSC), Vanda Monteiro (UB), Ricardo Ayres (REPU), entre outros. A grande maioria deles são detentores de mandato e possuem tribunas - quase todos os dias da semana - para proferirem discursos efusivos, apresentar projetos, críticas, como também, divulgar suas ações parlamentares. Não é segredo, portanto, que contam cotidianamente com "mídia gratuita" e esse é um fator que não pode ser desprezado. 

O certo mesmo é que, após ficar tantos anos fora do cenário municipal, considerando que a última vez que participou ativamente da campanha foi em 2008 - quando apoiou Marcelo Lellis, derrotado, na época, por Raul Filho - é fato que Eduardo precisa reconstruir um caminho. É necessário aglomerar em torno de si em grupo político, filiar-se a um partido que lhe dê sustentação, além de criar um novo elo com a população. Enfim, é preciso se reinserir no cenário, pois apenas o fato de assinar "Siqueira Campos" não será suficiente para reconduzi-lo ao Paço Municipal.

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