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Arnaldo Filho

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Opinião

Tocantins ganha ou perde ao abrir mão de Eduardo Gomes no Congresso Nacional?

Sua saída do Congresso pode causar um vácuo na representatividade tocantinense.

Por Arnaldo Filho 2.549
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13/07/2021 15h46 - Atualizado há 2 anos
Eduardo Gomes e seu suplente, Ogari Pacheco, empresário de São Paulo

Enquanto esquentam todas as discussões para as eleições 2022, alguns temas vêm à tona e ganham as conversas de bastidores, mesas de bares e reuniões políticas.

Muitos questionam se o senador Eduardo Gomes (MDB) pretende mesmo concorrer ao Governo do Estado e, principalmente, se vale a pena ele se aventurar na disputa neste momento?

Para Eduardo Gomes, a resposta deve ser bem complexa, pois depende de vários fatores; dos seus sonhos individuais e de como manteria a relação de amizade com o pré-candidato a governador Ronaldo Dimas (Podemos), um amigo de longa data. Também precisa avaliar os custos inerentes a uma campanha eleitoral majoritária e ponderar, é claro, o risco de um resultado negativo que reduza seu capital político, hoje muito alto.

E para o Tocantins, vale a pena Eduardo Gomes sair do Congresso Nacional para ser governador? A resposta também não é nada simples, mas não parece ser um bom negócio para o estado.

Não pela capacidade de Eduardo Gomes, pelo contrário. Aos 55 anos, Gomes está no auge de sua carreira política e tem plenas condições de fazer uma gestão qualificada como governador do Estado, mesmo que ainda não tenha mostrado experiência no Poder Executivo.

Porém, para tê-lo como governador, o Tocantins precisará abrir mão de uma das maiores lideranças do Congresso Nacional que tem mandato até 2027. Isso, com certeza, trará grandes prejuízos para o Estado. Eduardo Gomes é hoje uma referência nacional, político de grande articulação, tanto que ocupa a função de líder do Governo Federal. Um exímio articulador capaz de dialogar com qualquer governo que venha a comandar o Brasil.

VÁCUO NA REPRESENTATIVIDADE DO ESTADO

Sua eventual saída do Congresso ainda tem potencial de causar um gigantesco vácuo na representatividade tocantinense. O primeiro suplente de Eduardo Gomes é o ex-governador Siqueira Campos, à beira de completar 93 anos de vida e sem a mesma vitalidade de outrora.

No pleito de 2018, Siqueira era originalmente o titular da vaga na chapa governista ao Senado, e Eduardo Gomes o suplente, mas abriu mão por problemas de saúde.

Para piorar, o segundo suplente de Eduardo Gomes é o empresário paulista Ogari Pacheco, de quase 83 anos e que acabou de sair da UTI após duríssimo enfrentamento contra a Covid-19.

Com patrimônio de mais de R$ 470 milhões, Ogari, além dos problemas de saúde e sua idade avançada que dificultaria um trabalho permanente no Senado, não possui nenhuma relação direta com o Tocantins. Pelo contrário, ninguém o conhece aqui no Estado e sua participação na eleição foi mais uma solução política-financeira que qualquer outra coisa. Enfim, não seria um senador tocantinense! 

Por outro lado, Eduardo Gomes começou sua vida na política em 1986 por Xambioá, conhece bem a cultura tocantinense e sabe a realidade dos 139 municípios do Tocantins. Em Brasília, abre portas a todos os prefeitos que vão em busca de recursos. 

Definitivamente, a saída de Eduardo Gomes do Senado neste momento parece não ser tão boa para o Tocantins. E essa reflexão precisa ser feita sem vaidades!

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