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08 DE JANEIRO

Um ano depois, apenas 1 deputado do Tocantins relembra e condena ataques aos Três Poderes

"Um dos eventos mais tristes da história", afirmou Ricardo Ayres.

Por Eduardo Azevedo 1.100
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08/01/2024 10h15 - Atualizado há 10 meses
Praça dos três poderes, no dia 08 de Janeiro, ocupada por apoiadores de Jair Bolsonaro

Um ano após os ataques de 8 de janeiro de 2022, mais de 2 mil pessoas foram detidas, 66 ainda permanecem presas e 30 já foram condenadas. Apenas um dos supostos financiadores dos atos foi preso, o empresário Pedro Luis Kurunczi, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Entre os detidos à época, pelos menos 19 eram do Tocantins e foram presos pelas forças de segurança do Distrito Federal.

Durante todo o ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu múltiplas liberdades provisórias, e a Procuradoria Geral da República (PGR) realizou acordos com os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam acampados em frente aos quartéis.

Deputado fala sobre o caso

Um ano após os ataques, apenas 1 dos 11 parlamentares do Estado do Tocantins no Congresso Nacional se pronunciou sobre o caso. Trata-se do deputado federal Ricardo Ayres (REP).

"O dia 8 de janeiro de 2023 ficará marcado como um dos eventos mais tristes da história. Durante os ataques, inúmeras obras e relíquias foram danificadas. Visitei o Centro de Documentação e Restauração da Câmara dos Deputados para testemunhar o excepcional trabalho dos profissionais responsáveis pela preservação de nosso patrimônio, que atuam na conservação e reconstrução dos objetos depredados. A democracia jamais será abalada", expressou em uma postagem em suas redes sociais.

Quase todos os eleitos no Tocantins em 2022 para os cargos de deputado federal e senador apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro, com exceção de Ayres.

Invasão 

A invasão dos Três Poderes no dia 8 de janeiro começou por volta das 15h. Após romperem o cordão de isolamento com poucos policiais militares, milhares de pessoas se dirigiram ao Congresso Nacional e invadiram a sede do Legislativo. 

Em seguida, outro grupo se dirigiu ao edifício-sede do STF e também não foi contido pelos agentes da Polícia Judiciária, que fazia a proteção das instalações da Corte. 

Atuando de forma organizada, os manifestantes entraram simultaneamente pela frente e pela lateral do prédio. Um vídeo feito por uma câmera instalada na roupa de um dos seguranças durante a ação mostra a visão dos agentes. É possível ouvir os tiros de festim, o barulho das bombas de efeito moral e os gritos de ordem dos golpistas. 

Ao ingressarem no Supremo, os vândalos passaram a quebrar janelas, obras de arte, uma réplica da Constituição de 1988, poltronas, câmeras de vigilância e de transmissão da TV Justiça, as cadeiras dos ministros, além de depredarem o sistema elétrico e iniciarem um princípio do incêndio. 

Prejuízos 

Um ano após os ataques, todas instalações danificadas foram reformadas e estão em pleno funcionamento. O plenário da Corte, principal alvo, foi reformado em tempo recorde e inaugurado menos de um mês após a depredação, em 1° de fevereiro de 2023, quando os ministros realizaram uma sessão solene para celebrar a retomada dos trabalhos, que não foram interrompidos no recesso de janeiro do ano passado. 

Os demais setores do tribunal foram entregues nos meses seguintes. 

Conforme relatório atualizado pelo Supremo, o prejuízo causado pela depredação chega a R$ 12 milhões. Foi constatado que 951 itens foram furtados, quebrados ou complemente destruídos, totalizando R$ 8,6 milhões. 

Os gastos com a reconstrução do plenário, incluindo troca de carpetes, cortinas e outros itens, somaram mais R$ 3,4 milhões. O prejuízo total será cobrado solidariamente dos golpistas que são investigados pela depredação. 

Um ano depois 

Nesta segunda-feira, às 15h, ocorre um ato em defesa da Democracia, no Salão Negro do Congresso Nacional. O ato contará com a presença dos chefes dos Três Poderes: o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do STF, Luís Roberto Barroso; e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco. 

(Com informações da Agência Brasil)

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