SSP-TO orienta a tirar prints da tela e reunir o máximo possível de informações.
Após a ampla divulgação na imprensa de matérias sobre jogos de azar, como do 'Tigrinho' e do 'Aviãozinho', além de outras modalidades semelhantes, o AF Notícias buscou esclarecimentos junto à Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) com o intuito de obter orientações que pudessem ser compartilhadas com nossos leitores, oferecendo suporte caso algum cidadão se sinta lesado em decorrência de supostas fraudes.
Em nota enviada à reportagem, a Polícia Civil do Tocantins "orienta as pessoas que, de alguma forma, foram lesadas por plataformas de jogos online, do tipo cassino, a procurarem uma delegacia munidas de elementos que configurem provas e a realizarem o registro da ocorrência para que o caso possa ser investigado", explica.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública, é importante reunir elementos que comprovem o dano sofrido. "Prints do histórico de transferência de valores para esses sites, links pelos quais se teve acesso à plataforma e até mesmo a indicação de perfis de redes sociais pelos quais tiveram conhecimento da plataforma podem ser considerados prova no âmbito da investigação policial", explica.
A Polícia Civil reforçou ainda que esse tipo de jogo, apesar de estar se tornando comum, não é legalizado no Brasil, configurando-se como contravenção penal.
Entenda
Após a recente prisão de influenciadores associados ao ao 'Tigrinho', um jogo ilegal causador de prejuízos financeiros em todo o país, o programa Fantástico divulgou detalhes sobre uma nova investigação em São Paulo relacionada à plataforma digital Blaze. A operação policial resultou no bloqueio de mais de R$ 100 milhões pela Justiça.
A Blaze oferecia jogos ilegais, incluindo o "Crash" ou "Jogo do Aviãozinho", no qual os participantes apostavam enquanto um avião virtual decolava, correndo o risco de perder suas apostas caso não encerrassem o voo a tempo.
As práticas ilegais da Blaze foram denunciadas por jogadores que não receberam os prêmios prometidos, alegando manipulações e fraudes. Mesmo com o bloqueio de parte dos recursos pela Justiça, o site permaneceu ativo, dificultando a identificação dos responsáveis devido à falta de representantes legais no Brasil. Influenciadores que promoveram a Blaze, como Viih Tube, Juju Ferrari e Jon Vlogs, estão sob investigação, com algumas personalidades se distanciando da plataforma após as denúncias.
Prisões
Na última segunda-feira (18) a operação "Truque de Mestre” virou assunto nacional ao prender sete pessoas no Pará e uma em Pernambuco. A investigação tem como alvo uma organização criminosa envolvida em jogos de azar na internet, como "Jogo do Tigrinho". Segundo as investigações, os influenciadores ganhavam dinheiro para incentivar os seguidores a fazerem apostas em plataformas de jogos de azar. Alguns compraram casas de luxo em condomínios de Belém e veículos importados, segundo a polícia.
A operação começou há quatro meses, quando uma vítima compareceu à Seccional do Comércio, na capital paraense, e relatou que perdeu R$ 15 mil. De acordo com a vítima, ela teria ganho R$ 400 mil no jogo mas, ao tentar sacar o valor, foi bloqueada no site de apostas. Há duas semanas, o Fantástico também mostrou que influenciadores chegaram a ser presos por promoverem o "Jogo do Tigrinho". O delegado Daniel Castro diz que, no Pará, um dos investigados teve um fluxo de mais de R$ 20 milhões, e que no ato de prisão de um deles, houve a notificação de pix que somou R$ 50 mil.