Segundo delegado

Cúpula feminina de facção tinha independência, cargos e planejava mortes de mulheres no Tocantins

Segundo o delegado Eduardo de Menezes, a ala das mulheres foi identificada no ano passado durante investigações.

Por Redação 4.382
Comentários (0)

24/10/2019 11h17 - Atualizado há 4 anos
Mulheres presas

A cúpula feminina da facção criminosa alvo de operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (24) pregava independência e possuía vários níveis de comando em todo o Tocantins. A informação é do delegado Eduardo de Menezes, responsável pela ação.

Denomina de ‘Rosetta’, a operação ocorreu em Palmas, Araguaína, Aliança do Tocantins, Miracema, Pium e Pedro Afonso. Uma policial militar foi presa em casa por tráfico de drogas durante a ação. Além dela, mais 10 mulheres e 2 homens também foram presos.

Segundo o delegado, a ala das mulheres foi identificada no ano passado durante investigações relacionadas ao combate às ações desta facção.

Após a identificação, foi descoberto que elas contam com cargos específicos semelhantes aos geridos por homens, prega o empoderamento feminino, a não dependência de homens na gestão de bocas de fumo e distribuição de drogas, como também na criação de todo o organograma da ala feminina na organização, como o ingresso, comercialização, exclusão e punição de membros.

O que nos chamou a atenção foi que toda a escala hierárquica, que anteriormente pensávamos que era gerida apenas por homens, possuía uma ramificação com a mesma escala de importância na facção. O grupo inclusive chegou a planejar a execução de mulheres na facção rival, o que não se consolidou porque elas já haviam sido presas”, informou o delegado.

Ainda segundo o delegado, outro fator importante refere-se ao poderio bélico em poder das mulheres do tráfico. “Elas comandavam não só toda a logística de comercialização de drogas, mas também a aquisição de armamento utilizado para ações criminosas e de proteção dos pontos de comercialização”, afirmou.

Hierarquia

O delegado detalhou ainda o grau hierárquico de cada integrante da facção. Veja abaixo.

Geral do Estado: Quem dita as ordens no setor feminino, convocando reuniões, decidindo em conjunto com a representação nacional a inclusão e exclusão de novos faccionados. Ela também dá direcionamentos e preside julgamentos de faccionadas ou não, quando infringem algumas das regras.

Salveira do Estado: É quem capta todas as informações em decorrência de fatos relacionados à facção, tais como brigas, inserção ou exclusão de faccionados, relatórios, ordens emanadas e recebidas.

Geral do Cadastro: responsável por uma espécie de setor de RH, com atribuição de gerir o cadastro de todos os seus membros. Cadastro esse que contém, dentre outros dados, a “matrícula” e função exercida pelo integrante da organização. Qualquer alteração em tais dados deve ser informada ao citado setor de recursos humanos.

Geral de Palmas e Araguaína: Responsáveis por repassar as atuações dos demais membros da facção naquelas cidades à alta cúpula da organização.

Mais presos
Polícia Civil durante a operação

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.