Caso chocante

Filho premeditou morte de pai e mãe e cometeu suicídio no Tocantins, diz investigação

O caso ocorreu na madrugada do dia 22 de setembro na zona rural de Paraíso, a 60 km de Palmas.

Por Redação 20.130
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20/03/2019 15h20 - Atualizado há 5 anos
Filho (dir.), mãe (centro) e o pai

A Polícia Civil apresentou a conclusão do inquérito referente à hipótese inicial de homicídio de três pessoas de uma mesma família na zona rural do município de Paraíso, a 60 quilômetros de Palmas.

Dentre os mortos, pai e filho foram encontrados carbonizados em um dos cômodos da residência. Já a mãe estava degolada no quintal da propriedade. Na ocasião, o carro da família foi encontrado incendiado numa estrada próxima ao local do crime.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Ivani Ribeiro dos Santos foi localizado no quintal com um corte profundo na garganta, provocado por facão. Já os corpos carbonizados do filho Márcio Gonçalves de Souza, de 36 anos, e do marido de Ivani, Acácio Gonçalves de Souza, estavam dentro de um quarto que pegou fogo.

Os homicídios seguidos de suicídio aconteceram na madrugada do dia 22 de setembro e os corpos foram encontrados na tarde do dia seguinte.

Para o delegado Eduardo de Meneses, o autor dos crimes teria sido o filho, Márcio Gonçalves de Souza. Segundo informações, ele possuía desavenças constantes com o pai e teria sugerido na véspera do crime que os familiares teriam uma “surpresa em breve”.

Para o delegado, após as análises de peritos oficiais da Genética Forense, órgão ligado ao Instituto de Criminalística da Secretaria da Segurança Pública, e depoimentos colhidos de testemunhas, foi descartada a participação de uma terceira pessoa.

Outra hipótese, a de crime com motivação por um possível conflito agrário também foi rechaçada. “De plano o latrocínio foi descartado. O desentendimento envolvendo terra também foi descartado e com a tomada dos depoimentos de familiares e pessoas próximas, detectamos um clima de tensão e animosidade entre pai e filho, somado a um possível distúrbio mental do autor, que já teria informado que um dia iria colocar fogo na residência, que foi acompanhada por outros familiares”, disse. 

O delegado informou ainda que, durante os depoimentos das testemunhas, foi identificado que Márcio possuía um possível comportamento agressivo com os pais. Desempregado, ele passava a maior parte do dia ouvindo música com fones de ouvido, assistindo à televisão e não contribuindo com o orçamento familiar.

Crime premeditado

Durante entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (20), o delegado Eduardo de Meneses deu detalhes sobre o duplo homicídio seguido de suicídio. Para ele, Márcio Gonçalves teria informado aos familiares sobre seus planos horas antes do crime.

No dia do crime, ele recebe a visita de familiares e chama a atenção um determinado comportamento que ele tomou ao dizer: 'Logo vocês vão ter uma surpresa!'. A fala do autor, assim como o encontro de uma corda enrolada no pescoço de um dos cadáveres, posteriormente identificado como o filho do casal, confirmou a hipótese de um duplo homicídio seguido de suicídio”, afirmou.

Ainda de acordo com o delegado, o automóvel da família encontrado queimado em uma estrada próxima à residência familiar indica que, após matar a mãe e o pai, ele teria tentado sair no veículo, mas saiu da pista por não saber dirigir.  

Isso também era motivo de desentendimento entre pai e filho, uma vez que o senhor Acácio possuía muito ciúme do carro. Ao não conseguir realizar a manobra, ele retornou à residência, colocou fogo no quarto onde estava o corpo do pai e se enforcou em seguida”, ressaltou.

Reconhecimento

Em decorrência do avançado estágio de carbonização dos dois corpos do pai e do filho, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), através do departamento de Genética Forense do Instituto de Criminalística, encaminhou um perito oficial ao Estado do Maranhão para realizar a identificação dos corpos por meio dos exames de DNA, uma vez que a principal hipótese da investigação, posteriormente comprovada, necessitava da identificação dos corpos, já que um deles continha restos de produto semelhante a corda, o que causou a morte do autor por asfixia mecânica, tipo enforcamento.

Segundo a Diretora do Instituto de Criminalística, Dunya Wieczorek Spricigo de Lima, o exame de identificação genética dos corpos foi realizado por perito oficial do Tocantins em laboratório maranhense conveniado.

Antes da identificação genética, o Instituto Médico Legal do Tocantins buscou a identificação dos corpos carbonizados por meio de exames de odontologia forense, contudo, mesmo com a intensa pesquisa do Instituto e da unidade de polícia responsável pelas investigações para o levantamento de prontuários odontológicos de autor e vítima, não foi possível a conclusão dos trabalhos.

A identificação via odontologia forense é realizada através de confrontação da arcada dentária submetida a exame pericial e o prontuário mantido por clínicas odontológicas e profissionais, mas neste caso não conseguimos êxito no encontro desses documentos, o que demandou a realização dos exames de DNA, em regra, mais complexos e que demandam maior tempo para sua conclusão”, destacou a diretora do IML, Georgiana Ferreira Ramos.

O translado dos restos mortais de pai e filho está sendo realizado pela unidade do Instituto Médico Legal (IML) de Paraíso e a previsão é de entrega aos familiares ainda nesta quarta-feira (20).

Chácara onde o crime ocorreu
Carro incendiado
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