'RUACH'

GAECO do MPTO deflagra operação para apurar crimes na compra de respiradores em Gurupi na pandemia

Buscas e apreensões também são realizadas em Palmas, Porto Nacional e Nerópolis (GO)

Por Eduardo Azevedo 601
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05/03/2024 09h45 - Atualizado há 7 meses
A Operação Ruach foi deflagrada pelo Gaeco

Notícias do Tocantins -  Nesta terça-feira (05/03), uma operação está em andamento com o cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão. A ação investiga possíveis irregularidades na aquisição de respiradores mecânicos pela prefeitura de Gurupi, durante o período da pandemia de Covid-19. Além do município no sul do Estado, as buscas também ocorrem em nas cidades de Palmas, Porto Nacional e Nerópolis (GO).

A Operação Ruach foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Tocantins (MPTO) com apoio da Polícia Civil.

Em nota a Prefeitura de Gurupi informou que a decisão judicial apresentada pelos policiais na Secretaria de Saúde (Operação Ruach), é relacionada a aquisição de respiradores para atendimento a pacientes na pandemia de COVID-19, realizada no ano de 2020, portanto na gestão anterior. "A Prefeitura de Gurupi esclarece também que colabora com a investigações e prestará todas as informações que forem solicitadas", completou em nota.

As buscas e apreensões são realizadas em em residências e na sede de três empresas. Cerca de 40 pessoas participaram da operação, incluindo integrantes do Gaeco, delegados e agentes da Polícia Civil. 

De acordo com o MPTO, a investigação do caso é conduzida pelo próprio GAECO, tendo com investigados ex-gestores públicos de Gurupi, servidores públicos e empresários. Eles teriam agido de forma articulada, promovendo o desvio de recursos públicos municipais por meio de contratação superfaturada na compra do material de saúde.

Os respiradores mecânicos foram adquiridos sem licitação e com valor acima do praticado pelo mercado, por meio de procedimento aberto em agosto de 2020. A justificativa alegada era a necessidade urgente de ampliação dos leitos de suporte ventilatório na unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Apesar da urgência alegada para justificar a compra sem licitação, os respiradores nunca chegaram a ser instalados na UPA. Após recebidos pelo município, os equipamentos teriam ficado em completo desuso, aguardando a instalação de uma rede de gás necessária ao seu funcionamento. Depois de meses, como a instalação da rede de gás não aconteceu, o material teria sido cedido ao Hospital Regional de Gurupi, onde também permaneceu sem uso, ficando no depósito.

A investigação apura os crimes de fraude à licitação, organização criminosa e desvio de verba pública. O termo “ruach”, que dá nome à operação, significa  “vento“, “sopro” ou “respiração” em Hebraico.

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