Segundo promotores

Policiais vazavam informações sigilosas sobre operações e davam proteção a traficantes de drogas

Por Redação AF
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02/06/2016 22h20 - Atualizado há 5 anos
Uma megaoperação realizada na manhã desta quinta-feira (02/06) em Araguaína (TO) resultou na prisão de três policiais civis e outras 14 pessoas por envolvimento no tráfico de drogas na cidade. Foram cumpridos também mandados de prisão nas cidades de Porto Nacional, Arapoema e Aparecida de Goiânia (GO). A Operação “Detalhes” contou com a participação de três promotores de justiça, da Delegacia de Investigações Criminais de Araguaína (DEIC Norte), Grupo de Operações Tática da Polícia Civil (GOTE), Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Deic Sul e da 2ª Delegacia Regional de Tocantinópolis. Segundo a denúncia criminal, entre os anos de 2009 e 2011, um total de 25 pessoas se dividiam em cinco associações criminosas que eram responsáveis por adquirir drogas (cocaína e maconha) em outros Estados e vender em Araguaína. Entre os envolvidos estão os policiais civis, Ademael das Neves da Conceição, Maxmileno Santos Silva e Genilson da Costa Feitosa. Todos já foram denunciados por diversos crimes, dentre eles, corrupção passiva, tráfico de drogas, associação criminosa, associação para o tráfico, roubo e violação de sigilo funcional qualificada. Os promotores de justiça Benedicto de Oliveira Guedes Neto, Tarso Rizo Oliveira Ribeiro e Leonardo Olhê Blanck, que acompanharam as investigações da Polícia Civil, pediram a decretação das prisões preventivas alegando que os policiais estariam dificultando o acesso às provas e ameaçando testemunhas, inclusive outros policiais. Para o Ministério Público, além do tráfico de drogas, restou comprovada também a participação dos policiais em roubos de carros, pois repassavam informações privilegiadas e sigilosas ao grupo criminoso. Segundo o delegado José Anchieta, da DEIC, os policiais chegaram a dar proteção a traficantes na própria residência, além de prejudicar operações da Polícia Militar e da própria Polícia Civil, nos anos de 2010 e 2011. A descoberta do esquema criminoso com a participação dos policiais só ocorreu em 2012 durante investigação de quadrilha de tráfico de drogas. Segundo o promotor de justiça Benedito Guedes, interceptações telefônicas demonstram que os policiais mantinham contato direto com os traficantes e informavam quais seriam as operações realizadas tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. Conforme o promotor, a quadrilha investigada possui ramificações nos estados do Pará, Goiás, Tocantins e até no Amazonas. "Drogas teriam sido compradas lá [no estado do Amazonas] e trazidas para cá [Araguaína] tento a cobertura dos policiais,” revelou. Os três agentes de polícia estão recolhidos na Central de Flagrantes e a Justiça vai decidir onde eles ficarão presos. A Corregedoria da Polícia Civil vai instaurar processo administrativo. Sendo comprovada a participação no esquema criminoso, eles serão expulsos da Polícia Civil. A operação foi batizada com o nome Detalhes em alusão a um salão de beleza, localizado em Araguaína, o qual era utilizado como ponto de venda e distribuição de drogas. Outros presos Foram presos também Walesson da Silva Oliveira, 22 de anos; Gledson Vieira dos Santos, 35 anos, em Arapoema; Carlos Roberto Gonçalves Martins, 37 anos, preso em Araguaína e autuado em flagrante por tráfico de drogas com 3 kg de maconha em sua residência. Keyttlohelson Lima Campos, 24 anos, vulgo “Keiton”, foi preso em Porto Nacional e Hélio Peixoto Celestino Júnior, vulgo “Hélio Maradona”, 31 anos, em Aparecida de Goiânia.

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