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Body scan: Tocantins deve receber scanner corporal muito temido pelo PCC e Comando Vermelho

Equipamento já foi alvo de ameaças das duas maiores facções do país. 

Por Eduardo Azevedo 990
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19/01/2024 11h58 - Atualizado há 3 meses
Modelo do Body scan

A Segurança Pública do Tocantins deve receber, nos próximos meses, um avançado scanner corporal conhecido como 'body scan'. Esses dispositivos fazem parte de uma licitação do Governo Federal, que planeja comprar 119 unidades com o objetivo de fortalecer as medidas de revista em presídios localizados em 22 estados e no Distrito Federal.

O scanner gera imagens por ondas milimétricas que transpassam roupas e tecido humano. O equipamento já foi alvo de ameaças do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV), as duas maiores facções do país. 

De acordo com o jornal Metrópoles, o uso do body scan fez o PCC jurar de morte diretores de um presídio em Avaré, em São Paulo, no ano passado. Isso porque, rigoroso, o equipamento apontou indício de que a esposa de um traficante teria entrado na penitenciária com objetos ilícitos dentro do corpo. Após uma revista feita por médicos, contudo, nada foi encontrado. 

O uso do body scan também foi criticado por Luciane Farias, esposa do líder do CV no Amazonas, Clemilton Farias, o Tio Patinhas, durante uma audiência com parentes de detentos realizada no Ministério dos Direitos Humanos em 2023. Condenada por lavar dinheiro para o CV, Luciane recorreu da sentença e responde em liberdade. 

O custo estimado da aquisição dos 119 scanners corporais foi colocado sob sigilo pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), responsável pela compra, por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais. Conforme apurado pelos Metrópoles, no mercado, o preço unitário de cada equipamento gira em torno de R$ 220 mil. Considerando esse valor, a compra pode chegar a R$ 26 milhões. 

Estados contemplados 

O edital da licitação estabelece a compra de scanners em quatro lotes. O lote 1 se refere a 14 equipamentos para estados do Norte — sete para o Pará, dois para o Amazonas, dois para Rondônia, um para Roraima, um para o Amapá e um para o Tocantins. 

O lote 2 da licitação inclui estados do Nordeste. Serão 20 equipamentos: quatro para a Bahia, quatro para o Maranhão e quatro para a Paraíba; três para o Rio Grande do Norte; dois para Alagoas; um para o Ceará, um para o Piauí e um para Sergipe. 

No lote 3, constam Minas Gerais e estados do Centro-Oeste. Serão adquiridos 50 scanners nessa remessa: 27 para Minas Gerais, 13 para Goiás, sete para o Mato Grosso, dois para o Mato Grosso do Sul e um para o Distrito Federal. 

O lote 4 inclui estados do Sul e Sudeste, com exceção de Minas Gerais. Nesse lote, serão distribuídos 35 scanners —16 para o Paraná, 8 para o Rio de Janeiro, 6 para Santa Catarina e 5 para o Espírito Santo. 

Não foram incluídos na licitação os estados de Pernambuco, São Paulo, Acre e Rio Grande do Sul. 

Como funcionam as ondas milimétricas 

A compra dos 119 equipamentos é feita pelo MJSP, por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais. O body scan é um equipamento usado na revista de visitantes do sistema prisional. O objetivo é impedir a entrada de armas, drogas, aparelhos celulares e outros itens proibidos. 

O sistema emite ondas milimétricas — com comprimento de 1 a 10 milímetros — para o corpo humano, penetrando tecidos e gerando imagens holográficas que podem mostrar objetos escondidos. 

(Com informações do jornal Metrópoles) 

ASSUNTOS body scan pcc cv

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