Força feminina

5 mulheres brasileiras empreendedoras e empoderadas no disputado mundo empresarial

Foco, força, fé e foda-se são pré-requisitos para a mulher empreendedora, segundo Lênia Luz

Por Gláucia Peixoto
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18/09/2018 15h25 - Atualizado há 5 anos
Ana Fontes, criadora da Rede Mulher Empreendedora

Foco, força, fé e foda-se: para Lênia Luz, criadora do site Empreendedorismo Rosa, estes são os pré-requisitos para a mulher que quer abrir o seu próprio negócio.

São os quatro pilares para compreender que não será fácil, mas que sem foco, sem determinação, sem sua espiritualidade alinhada e sem a ousadia de dar um foda-se para as dificuldades e as opiniões alheias, você não dará conta do empreender diário”, explica a empreendedora.

O conselho de Lênia reflete as experiências de quem já enfrentou o universo do empreendedorismo. Afinal, ter um negócio próprio está longe de significar trabalhar menos; é preciso muita dedicação e para conseguir tirar as ideias do papel e fazer acontecer. Tem que ter fôlego para ser bem sucedido – e as mulheres mostram que têm de sobra.

Um estudo da Serasa Experian revelou que mais de cinco milhões de brasileiras são empreendedoras. As mulheres estão à frente de 43% dos negócios do país, a maior parte delas (98,5%) atuando como Mico Empreendedor Individual (MEI) ou sócias de micro e pequenas empresas. Porém, nas grandes corporações o cenário é outro: apenas 0,2% das empreendedoras do Brasil são sócias de grandes empresas.

O mundo corporativo ainda é um ambiente bastante hostil para as mulheres. O empreendedorismo é como uma segunda via, uma opção viável para se manter na ativa, fazer o que gosta, estar mais perto da família (não trabalhando menos, mas com flexibilidade) e, acima de tudo, poder criar algo que pode transformar a vida das pessoas”, opina Ana Fontes, criadora da Rede Mulher Empreendedora.

Embrenhando-se por trilhas que podem ser bastante complicadas, as mulheres conquistam seu espaço. Para muitas, empreender é uma forma de empoderamento. Afinal, a jornada pode contribuir para o auto conhecimento, quebrar paradigmas, lutar contra os modelos de trabalho ainda predominantemente machistas e a conquistar a própria independência e liberdade.

Se você tem o sonho de empreender, a história de mulheres que seguiram esse caminho pode ser de grande ajuda para começar a trilhar o seu.

Confira a trajetória de algumas brasileiras empreendedoras e inspire-se.

Top 01 - Ana Fontes

Depois de 17 anos de carreira como executiva em uma grande empresa, Ana Fontes percebeu que o emprego já não mais lhe fazia feliz.

Ela resolveu tomar as rédeas da situação e provocar mudanças: em um ato que muitos consideram arriscado. Ana pediu demissão, saindo de seu emprego estável para procurar outro rumo.

A decisão não foi fácil, mas, apesar de gostar do trabalho, o ambiente e a dedicação corpo presente já não me fazia mais feliz. Via pouco minha filha e o reconhecimento não vinha na mesma proporção que a dedicação ao trabalho”, conta Ana.

Na nova empreitada, Ana conta que cometeu erros e enfrentou desafios. Foi em um curso de capacitação para mulheres empreendedoras, o 10.000 Mulheres, que ela percebeu que não era a única com dificuldades em empreender. Baseando-se nessa percepção, ela criou a Rede Mulher Empreendedora.

Fundada em 2010, a Rede Mulher Empreendedora é um espaço dedicado ao empreendedorismo feminino: o site veicula notícias, informações, dicas e discussões pertinentes ao tema. Além disso, a Rede tem o objetivo de unir e apoiar mulheres empreendedoras em todo o país e conta hoje com mais de 36 mil pessoas cadastradas no site.

Top 02 - Sarah e Julinha Lazaretti

Juntas, as irmãs Sarah e Julinha Lazaretti criaram uma empresa que é a solução para quem sofre com alergias, a Alergoshop. A ideia surgiu logo depois que Marina, a filha de Sarah, nasceu.

A nova mãe buscava produtos para cuidar da filha, que tinha uma série de alergias, e não encontrava. Conversando com Julinha, que fazia mestrado na área de Alergias, as duas perceberam que existia espaço para empreender.

Da criação da empresa, em 1993, até hoje, a Alergoshop já cresceu muito. A marca já tem um catálogo com cerca de 280 produtos pensados para alérgicos, tem lojas e pontos de revenda em vários estados, está se expandindo como franquia e chega ao Brasil todo através da loja virtual.

O fato de criar um nicho de mercado que não existia no Brasil (nem em outros países) e faze-lo crescer e aparecer no mercado, considero uma grande conquista! Saber que somos referência nesta área para diversos médicos e clientes e fonte de inspiração para concorrentes, também é uma conquista”, compartilha Sarah.

Top 3 - Zica Assis

Heloísa (Zica) Assis é um grande exemplo de crescimento e inspiração. A carioca, que já trabalhou como babá, empregada doméstica e faxineira, encontrou nos próprios cabelos uma ideia para empreender.

Dona de cabelos cacheados, Zica não estava satisfeita com a aparência dos fios e não encontrava bons produtos para cuidar dos cachos no mercado. Disposta a encontrar uma solução para manter o cabelo natural, a empreendedora fez um curso de cabeleireira e começou a criar e testar fórmulas de produtos. Foi assim que ela encontrou a fórmula ideal para tratar seus fios e começou a chamar a atenção de amigas e conhecidas.

Percebendo a oportunidade de levar o produto a outras mulheres que tinham o mesmo problema, Zica e mais três sócios juntaram-se para abrir o primeiro salão, em 1993. Nasceu aí o Instituto Beleza Natural, salão de beleza especializado em cuidar de cabelos crespos e ondulados, com produtos próprios, formulados especialmente para quem tem esse tipo de cabelo.

O sucesso não demorou a chegar. O nicho era pouco explorado e logo o primeiro salão começou a encher de clientes que estavam em busca de realçar a beleza dos cachos. Deu-se, então, início à expansão do negócio.

Hoje, o Instituto conta com mais de 40 endereços em vários estados brasileiros. Com o sucesso da empresa, Zica figurou a lista das dez empresárias mais poderosas do Brasil, segundo a revista norte-americana Forbes.

Top 04 - Isabella Delorenzo

Isabella Delorenzo transformou sua loja virtual em uma rede de lojas físicas. Criada em 2009, a The Brownie Shop nasceu como um e-commerce especializado na venda de brownies. Isabella foi pioneira no segmento no Brasil: sua loja foi a primeira a comercializar brownies artesanais.

Buscou então especializações e cursos de formação nos Estados Unidos para dominar a arte do brownie e do marketing em gastronomia. De volta ao Brasil, Isabella optou por iniciar a The Brownie Shop como loja virtual, economizando o investimento inicial – afinal, com as vendas pela internet, ela não precisou arcar com os custos de montagem de uma loja física.

Com muito jogo de cintura, a empreendedora conseguiu superar a desconfiança que, na época, o público demonstrava quando pensava em comprar comidas frescas em ambiente digital. Suas estratégias de logística e gerenciamento fizeram com que a marca se tornasse conhecida e tivesse um bom volume de vendas para todo o Brasil. Porém, o negócio não ficou restrito ao universo virtual por muito tempo.

Top 05 - Luiza Helena Trajano

Luiza Helena Trajano é a grande responsável pelo crescimento de uma das maiores redes de varejo do país, o Magazine Luiza. Iniciada pelos tios de Luiza como uma pequena loja no interior de São Paulo, o negócio se transformou e se expandiu nas mãos da empreendedora, que assumiu a liderança da empresa na década de 1990.

De sobrinha que ainda jovem trabalhava no negócio da família para presidente de um grupo com mais de 700 lojas espalhadas por 16 estados brasileiros, Luiza mostrou que tem competência para fazer uma empresa crescer.

Inaugurada com o nome de A Cristaleira, a loja adquiriu outras redes concorrentes e transformou-se no Grupo Magazine Luiza. Junto à grande expansão das lojas físicas, a marca é também uma das pioneiras do e-commerce no Brasil.

Ao longo da carreira, Luiza não mediu esforços e trabalhou muito para prosperar. Não por acaso hoje ela é uma referência no mundo dos negócios e já ocupou o top 3 das empreendedoras mais poderosas do Brasil em uma lista da revista Forbes. O retorno financeiro também é notável: a fortuna de Luiza ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão.

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