Defensor público solicitou providências ao secretário de Saúde.
Além da situação de vulnerabilidade em razão de enchentes e inundações que ocorreram no município de Araguanã no início do ano, a Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) identificou muitas pessoas com sintomas gripais e/ou de covid-19.
Em ação itinerante realizada na cidade nesta sexta-feira (14), ainda foram identificadas cerca de 40 famílias em áreas consideradas de risco por estarem muito próximas ao Ribeirão Lontra, que passa pelo município.
O defensor público Pablo Mendonça Chaer vistoriou o abrigo público em Araguanã, que funciona em uma escola. Seis famílias estão no local, algumas com pessoas idosas. Nesse grupo há muitas pessoas com sintomas gripais e/ou de covid-19 e nem todas passaram pela testagem para averiguar possíveis casos de infecção com vírus da gripe ou com o novo coronavírus.
"É uma situação que chama e requer atenção porque indica ser um problema geral na cidade e não só entre os desabrigados, já que estivemos apenas com as pessoas impactadas diretamente pelas chuvas. Muitos apresentam sinais de gripe ou covid e isso necessita de atenção imediata, principalmente por estarem em abrigos e os espaços serem inevitavelmente compartilhados", disse Pablo Mendonça Chaer.
Ao identificar a situação, o defensor público procurou a Secretaria Municipal de Saúde e solicitou providências.
O secretário municipal Lucas Gomes Lima, Pablo Mendonça relatou toda a situação identificada na vistoria realizada no abrigo, entre elas a situação de uma assistida que precisa de medicamentos para tratamento de saúde e não os conseguiu pela rede municipal.
De acordo com o secretário municipal, um médico seria enviado ainda nesta sexta-feira para o atendimento clínico no abrigo, bem como para orientações relacionadas à saúde e medidas preventivas à covid-19. Ele também confirmou que há muitos novos casos de infecção com o novo coronavírus em Araguanã.
Área de risco
A Defensoria Pública também esteve, nesta sexta-feira, em moradias próximas ao Ribeiro Lontra, a fim de ouvir dos moradores sobre a assistência recebida pelo município.
Foram identificadas cerca de 40 famílias que ainda estão em área de risco devido a possíveis enchentes e grandes inundações. O coordenador da Defesa Civil Municipal, Wallison Rodrigues, acompanhou a ação da Defensoria Pública e explicou que essas famílias chegaram a ser retiradas do local, mas passada a situação de emergência ocorrida no início do ano, a maioria retornou às casas e, agora, insiste em permanecer nesses locais em vez de serem alojadas no abrigo público.
A resistência de muitas famílias em deixar suas casas por conta da possibilidade de nova enchente está relacionada à preocupação patrimonial e também com o abandono de animais de estimação ou para criação na zona rural. Animais de médio e grande porte não são permitidos nos abrigos.
Mesmo em casas muito simples pode haver dano patrimonial em decorrência de possíveis furtos e arrombamentos, o que torna a situação ainda mais sensível e complexa.
Ampla atuação
As vistorias da Defensoria Pública em Araguanã integram as atividades de uma ampla atuação da instituição nos municípios do Tocantins impactados com o grande volume de chuvas que ocasionam enchentes, inundações e alagamentos.
A ação itinerante específica para atender as pessoas impactadas com os efeitos das chuvas é uma iniciativa da Administração Superior da Defensoria Pública e realizada por meio de atuação conjunta dos Núcleos Especializados.
A coordenação é da Superintendência de Defensores Públicos, que juntamente com os Núcleos, organiza o cronograma das atividades para que, de forma ágil e eficiente, defensoras e defensores públicos possam ter atendido todos em situação de vulnerabilidade.